As taxas de exportação e da produção pecuária e agrícola brasileira têm crescido de forma acentuada nos últimos anos. Na suinocultura, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Brasil abateu 10,18 milhões de suínos no terceiro trimestre de 2015 e a expectativa é que esse número cresça em 2016, podendo superar 40 milhões de cabeças ao final do ano. Em destaque se encontra o estado do Mato Grosso.
Em 2015 seu rebanho suíno aumentou 37,5% saltando de 1,9 milhões de cabeças para 2,6 milhões. O estado também é o principal produtor de grãos do país e deverá colher uma safra de milho em 2015/16 de 19,97 milhões de toneladas, segundo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Dentro desse contexto animador, de crescimento e perspectivas positivas, emerge a preocupação. É possível manter esse desempenho vigoroso de forma equilibrada? É coerente que se aumente os investimentos na produção de suínos numa região tão próspera e que tenha a poucos quilômetros a abundância da matéria prima da suinocultura (milho e soja). Entretanto, o crescimento da atividade em local de pouca capacidade de escoamento, irá impor barreiras à expansão da produção, caso os investimentos em novas rotas de saída, tanto para o mercado interno quanto para o mercado internacional não se tornem realidade nos próximos anos.
A capital, Cuiabá, está a mais de 1,5 mil quilômetros de distância do principal centro de consumo do país, São Paulo, se avaliarmos o mercado interno com principal destino da carne produzida na região. Se os destinos forem os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) para exportação, a situação fica ainda mais complexa, fazendo muito mais sentido a propagada saída pelo pacífico. Se considerarmos esse crescimento como uma tendência de cenário para os próximos anos na suinocultura nacional, é urgente se pensar na viabilidade de investimentos em infraestrutura nos modelos de transporte aquaviário, ferroviário e marítimo como forma de diminuir os custos de transporte. Para isso são necessárias políticas nacionais para o escoamento da produção, seja ela de milho, soja ou carnes, fornecendo segurança para que produtores continuem a investir na atividade.