A alemã Bayer reportou, nesta quarta-feira (28/02), lucro líquido de 148 milhões de euros (US$ 180,81 milhões) no quarto trimestre de 2017. O resultado representa queda de 67,3% em relação aos 453 milhões de euros (US$ 553,4 milhões) obtidos no mesmo período de 2016. O lucro por ação ficou em 0,17 euro (US$ 0,20). Especialistas do mercado consultados pela FactSet previam lucro de 745 milhões de euros (US$ 910,2 milhões). A companhia atribuiu a retração a um prejuízo de 455 milhões de euros (US$ 555,9 milhões) decorrente das reformas fiscais nos Estados Unidos e às dificuldades contínuas no negócio brasileiro de proteção de cultivos.
As vendas do trimestre diminuíram 2,6%, no comparativo anual, para 8,596 bilhões de euros (US$ 10,50 bilhões). A previsão da FactSet para o faturamento com vendas era de 8,63 bilhões de euros (US$ 10,54 bilhões). Todas as quatro unidades de negócios da empresa apresentaram comercialização menor no trimestre. O segmento agrícola, representado pela divisão Crop Science, teve recuo de 5,9% na receita com vendas, para 2,263 bilhões de euros (US$ 2,764 bilhões), pressionado pelo desempenho negativo na América Latina e, especialmente, no Brasil.
No mercado brasileiro, segundo a companhia, produtos foram retidos em estoque de maneira inesperada. Além da queda nos volumes de vendas, houve redução nos preços que prejudicaram o resultado operacional e de vendas da divisão Crop Science para o ano todo. No acumulado de 2017, o setor reportou baixa de 3,4% na receita comercial, ante 2016, para 9,577 bilhões de euros (US$ 11,7 bilhões) – a variação negativa foi a mais expressiva de todas as divisões da companhia. A Bayer destaca que, excluindo o Brasil, as vendas da Crop Science teriam aumento de 3%. Na América Latina, como um todo, a diminuição foi de 18% e, em contrapartida, a América do Norte cresceu 5,8%, seguida pelas demais regiões de atuação da companhia, que também tiveram resultados positivos.
No consolidado de 2017, a Bayer registrou vendas de 35,015 bilhões de euros (US$ 42,7 bilhões), praticamente estável em relação ao ano anterior, com alta de 0,2%. O lucro líquido acumulado foi de 7,336 bilhões de euros (US$ 8,96 bilhões), avanço de 61,9%. Para 2018, a empresa espera resultados similares aos de 2017. A previsão inclui custos de manutenção que devem gerar um impacto de 300 milhões de euros (US$ 366,5 milhões) ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado.
Monsanto
Em relação ao andamento das negociações para compra da Monsanto, a Bayer disse que considera a possibilidade de fazer desinvestimentos adicionais com o intuito de facilitar o processo de aprovação dos órgãos reguladores. O presidente-executivo, Werner Baumann, espera que a aquisição da Monsanto ocorra no segundo trimestre, pois metade das autoridades necessárias já aprovaram a operação.
“Nós também nos comprometemos a alienar todo o nosso negócio de sementes de vegetais. Certas atividades comerciais adicionais da Bayer e da Monsanto também podem ser vendidas ou licenciadas”, disse no comunicado. Segundo o executivo, a autoridade de investimentos estrangeiros dos Estados Unidos, CFIUS, já aprovou a compra e uma decisão da Comissão Europeia está prevista para 5 de abril.
O diretor Financeiro da Bayer, Johannes Dietsch, disse que a empresa está em boa forma financeira para as próximas atividades de financiamento, depois que reduziu sua dívida líquida em quase 70% no ano para 3,60 bilhões de euros (US$ 4,39 bilhões), em grande parte graças à venda de sua participação na Covestro.