Redação (13/03/2009)- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender ontem a manutenção dos investimentos como forma de minimizar os impactos da crise financeira no Brasil. Lula disse que "não se pode sentar em cima do dinheiro e esperar a crise passar”.
“Esse é o momento em que a gente, com responsabilidade, tem que investir para gerar empregos. Quanto mais o mundo está em crise, mas nós aqui [no Brasil] vamos fazer investimentos para combatê-la.”
Ele citou como exemplo o início das obras de terraplanagem de uma refinaria de petróleo no Maranhão. O governo federal deve investir cerca de US$ 19 bilhões no empreendimento.
O presidente participou em Porto Velho da formatura de trabalhadores inscritos no projeto Acreditar que capacita moradores da cidade para trabalhar na construção das Usinas do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira.
Lula defendeu a construção e disse que as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau serão o paradigma para outras usinas que o governo pretende construir no país.
No discurso, o presidente fez críticas à demora no processo de licenciamento ambiental para liberação do projeto das usinas. “Muitas vezes um governo toma posse e termina seu mandato sem conseguir licenciar uma obra desta magnitude.”
Ele também destacou a construção do linhão que vai integrar as usinas ao sistema interligado nacional. “E por que é importante construir o linhão? Para não ter apagão. Eu posso garantir não vai ter apagão neste país. Vamos construir todas as hidrelétricas que precisamos fazer", afirmou.
O presidente disse ainda que está negociando com chefes de estado da América Latina a construção de empreendimentos binacionas para garantir a integração energética do continente.
O presidente segue, neste momento, para outra cerimônia onde vai entregar 2,4 mil escrituras a moradores de um bairro popular de Porto Velho, beneficiados por programa de regularização fundiária com recursos do governo federal.
Presidente desmente – O presidente criticou ontem uma notícia, no mínimo curiosa, publicada pela imprensa local de Rondônia. Segundo a edição do jornal Folha de Rondônia, o presidente teria um irmão no Estado que teria morrido sem que ele conhecesse. Em discurso feito durante sua visita a um curso profissionalizante, em Porto Velho, Lula tomou a iniciativa de desmentir a reportagem. "Não era meu irmão. Foi uma irresponsabilidade. Acharam isso só porque ele tinha Inácio no nome. Nem meu pai nem minha mãe jamais vieram a Rondônia", afirmou.
A uma plateia de trabalhadores que estão sendo formados pelo curso, o presidente usou uma nova técnica para lidar com o público. Ele leu textos produzidos por jornalistas que trabalham para a presidência da República, que estiveram antes na cidade, levantando perfis das pessoas que vão trabalhar na obra. Assim, Lula chamou nominalmente três trabalhadores, que se levantaram para ouvi-lo. O presidente contou a história de cada um deles e deu a eles conselhos.
Algumas das pessoas citadas eram beneficiárias do programa Bolsa-Família antes de conseguir o emprego na obra da usina hidrelétrica de Santo Antonio, no Rio Madeira. Lula deu exemplo de uma mulher que estuda e trabalha e disse: "E ainda dizem que o Bolsa-Família deixa as pessoas preguiçosas".