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Lula propõe à China uso de real e yuan

A proposta brasileira, se implementada, representará um golpe sério na hegemonia do dólar no comércio internacional.

Redação (06/04/2009)-  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que propôs ao seu colega chinês Hu Jintao a utilização de suas respectivas moedas, real e yuan, no comércio bilateral, em substituição ao dólar.Os dois presidentes se encontraram ontem, à margem do encontro de cúpula do G-20, que se torna o novo diretório econômico do planeta e no qual querem influenciar mais na economia global.
A proposta brasileira, se implementada, representará um golpe sério na hegemonia do dólar no comércio internacional, em razão da importância crescente dos dois grandes países emergentes na economia internacional.
O presidente Lula irá à China no dia 19 de maio e voltará a discutir a ideia, na expectativa de que os dois bancos centrais comecem a aprofundar a questão.

A China, com reservas internacionais de US$ 2 trilhões e grande investidor em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, propôs antes da reunião do G-20 que uma nova moeda de reserva internacional seja criada para substituir a moeda americana.
O Brasil tem deixado claro que apoia a utilização de moedas regionais no comércio para reduzir a dependência em relação ao dólar e aos problemas que a moeda americana pode trazer quando a economia americana entra em crise.
Atualmente, o Brasil e a Argentina tentam usar real e peso no seu comércio bilateral. Fontes argentinas dizem, no entanto, que os contratos de venda são poucos nas duas moedas, com exportadores preferindo ainda o dólar em razão de menor custo.
Lula tem reiterado que o projeto do Brasil é de ampliar a utilização do real com outros países da América do Sul.
A importância de uso de real e de yuan no comércio bilateral, porém, toma outra dimensão, com evidente impacto no comércio internacional.
A China desbancou os Estados Unidos em março deste ano e se tornou, pela primeira vez , o maior comprador de produtos brasileiros. Minério de ferro, soja, aeronaves e açúcar são os grandes líderes das vendas para o mercado chinês.