Favorecida pelos bons preços no mercado internacional, a soja – vedete da pauta do agronegócio e principal responsável pelo incremento das exportações mato-grossenses nos últimos anos – confirma novo recorde de produção no ciclo 2010/11. A colheita está em fase inicial, mas levantamento divulgado ontem pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) aponta que a produção alcançará 19,2 milhões de toneladas, crescimento de 2,29% em relação à safra anterior (18,814 milhões de toneladas) mesmo com a queda prevista de 0,83 no índice de produtividade, que recuará de 3.026 quilos por hectare para 3.001 quilos/hectare.
EXPLICAÇÃO
O avanço da soja em 2011 tem uma explicação lógica: a área plantada vai crescer 3,15% em relação ao ciclo anterior, passando de 6,217 milhões de hectares para 6,413 milhões de hectares. A região com a maior área plantada de soja em Mato Grosso é o Médio Norte, com 2,571 milhões de hectares, incremento de 4,25% na comparação com a área cultivada na safra 2009/10, que atingiu 2,466 milhões de hectares. A maior produção foi registrada também no Médio Norte, que cresceu 0,64% de um ciclo para o outro, avançando de 7,714 milhões de toneladas para 7,764 milhões de toneladas.
O levantamento da área da soja foi realizado nos 105 municípios produtores do Estado e mostra que a colheita já está em andamento em várias regiões.
GANHOS
Os produtores vivem a expectativa de ganhos reais nesta safra, a exemplo do que já ocorreu em 2010. Os preços pagos atualmente em Mato Grosso são os melhores do ano, em torno de R$ 40 a saca, dependendo da região. Mas, apenas uma minoria dos produtores mato-grossenses tendo o privilégio de vender pelos preços atuais. Em meados de março os produtores atravessaram o pior momento, com os preços chegando a cair para R$ 22 a saca nas regiões Norte e Médio Norte, devido à grande oferta de soja com a chegada da safra e ainda a defasagem do dólar em relação ao real.
PREÇOS
A tendência, segundo os analistas, é de que os preços continuem “desatrelados” de Chicago até o final do ano. Estima-se que mais de 90% da safra mato-grossense já está vendida, sendo que a maior parte foi comercializada a preços entre R$ 25 e R$ 27 a saca de 60 quilos. Uma parte chegou a ser vendida abaixo desses preços.
MILHO
O levantamento divulgado ontem pelo Imea traz informações também sobre o milho e o algodão.
No caso do milho, em virtude do já conhecido atraso no plantio da soja, espera-se uma redução na área semeada nas segundas safras, especialmente com milho, “devido à rentabilidade menor”. No entanto, os produtores obtiveram boas propostas para comprar os insumos e já conseguiram garantir parte da venda com as entregas na colheita. Com isso, a projeção de plantio indica 1,811 milhão de hectares em todo Estado, 7,03% a menos que as 1,948 milhão de hectares plantadas no ciclo anterior. A região com a maior área de milho cultivada é o Médio Norte, com 868,500 mil hectares, recuo de 9,91% em relação à área plantada na safra anterior (964 mil hectares).
ALGODÃO
Já o algodão terá um aumento da área de algodão que já vinha sendo projetada em dezembro. Conforme o levantamento, a área plantada de algodão 1ª e 2ª safra deverá ficar em 671,175 mil hectares, incremento de 13% da área estimada no último mês e de 60,08% na comparação com a safra 09/10. O destaque fica por conta da região Sudeste, primeira no ranking dos maiores produtores de algodão de Mato Grosso, que plantará 306,096 mil hectares, acréscimo de 43,88% em relação ao ano passado, quando a área chegou a 212,740 mil hectares.