Criadores de suíno lançaram uma campanha para incentivar o consumo da carne. A ideia é aproximar a quantidade que o brasileiro come por ano dos padrões europeus.
Toda vez que faz frio o criador Ovídio Sebastiani vende mais suínos e consegue um preço melhor. Ele é dono de uma criação com 20 mil animais. Abate 900 cabeças por semana. Ele explicou que um dos responsáveis pelo mercado em alta nesta época do ano é um prato bem brasileiro que tem como ingredientes a carne de porco.
“O povo brasileiro adora uma feijoada. Isso é muito antigo. É um costume. Todos gostam de uma feijoadinha na época do frio”, disse seu Ovídio.
De fato, o seu Ovídio tem razão. A feijoada, que normalmente é servida as quartas e sábados nos restaurantes brasileiros, tem a preferência do consumidor quando a temperatura cai.
“No frio a gente procura fazer mais feijoada, reunir a família. Eu gosto do sabor da carne de porco. Em casa se consome muito. O pessoal gosta bastante”, contou o vendedor Luiz Roberto Oliveira.
O consumo de carne suína no Brasil é de 13 quilos por habitante. Na Europa, chega a 45 quilos. Os criadores brasileiros acham que esse índice pode melhorar muito e que a carne de porco não deve ser apenas ingrediente da feijoada.
Em vez do conhecido pernil, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) quer mostrar ao consumidor que carne de porco tem outros tipos de cortes. Filé mignon, patinho e picanha são alguns deles.
Com cartilhas de receitas e dicas de como aproveitar a carne suína, a meta é aumentar o consumo no Brasil em dois quilos por habitante em três anos.
“O nosso mercado interno sendo forte, como é, esses dois quilinhos representam 200 mil matrizes. É uma verdadeira revolução no campo. Em nível de investimento, seria necessário um bilhão de reais para fazer dois quilos a mais”, calculou Fernando Barros, da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
Mais de 80% da produção nacional de carne de porco tem como destino o mercado interno.
Veja o vídeo da matéria do Globo Rural aqui.