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Exportação

Mais sobre a China

Wagner Rossi negocia abertura de mercado chinês para agronegócio brasileiro. Carnes são destaque das reuniões.

Mais sobre a China

A China já é o principal comprador de produtos agropecuários brasileiros. E as exportações tendem a aumentar. A ampliação do mercado asiático foi o principal tema de almoço, nesta quinta-feira (15), do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, com o ministro da Administração Geral, Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena da China (AQSIQ), Wang Young.

A abertura das exportações de carne suína é o principal foco das negociações entre os dois países. Protocolo nesse sentido foi assinado pelos governos brasileiro e chinês em 2004. Desde então, 25 frigoríficos demonstraram interesse em vender esse produto para o gigante asiático, maior consumidor e produtor de carne suína do mundo.

No diálogo com os chineses, o Ministério da Agricultura está pleiteando a inspeção dos 25 frigoríficos exportadores, ainda semestre. O Brasil também propõe ao governo chinês a habilitação de 14 frigoríficos para exportação de carne bovina in natura. Hoje, poucos estabelecimentos estão aptos.

“Estamos renovando a demanda pela abertura da exportação brasileira de carne suína para a China. O mais importante é a vinda da missão chinesa para a habilitação de frigoríficos brasileiros, tanto de carne bovina quanto suína. Definiremos a data na reunião de amanhã”, disse o ministro após o almoço com os chineses. “China tem parâmetros de sanidade muito rigorosos e é natural que seja respeitada a maneira deles tratarem essa questão”, completou

Ainda com relação ao comércio de carnes, Wagner Rossi ressaltou que nova frente está sendo aberta: a exportação de carne bovina termoprocessada (cozida). Protocolo nesse sentido foi assinado nesta quinta-feira, em Brasília, durante visita do presidente chinês, Hu Jintao. Também foi firmado protocolo para exportação do tabaco produzido no Rio Grande do Sul. “Estamos pleiteando para que Alagoas e Bahia obtenham autorização”, informou Rossi.

O diálogo entre ministros e equipes técnicas dos dois países envolve, ainda, os setores de lácteos, frutas e couro.  Desde 2007, o Brasil já exporta lácteos processados para a China. “Precisamos da análise de risco para laticínios frescos”, explicou o ministro brasileiro.

No caso da produção de frutas, ao Brasil interessa vender cítricos. Já com relação às exportações de couro Wet Blue, o País quer a dispensa de certificado sanitário. Segundo Wagner Rossi, como o produto é tratado quimicamente, não representa risco de transmissão de doenças animais.

Ainda assim, o governo brasileiro está disposto a acatar as exigências feitas pela China a todos os países dos quais importa o produto. “Exigem certos procedimentos que vamos adotar, gradativamente, para podermos abrir também este comércio”, informou.

O Brasil vê ainda oportunidades de negócios com a proibição, pelas autoridades chinesas, da entrada de óleo de soja argentino no país asiático, uma possibilidade para exportar esse produto. Mas, segundo Rossi, o ministro chinês informou que há indústrias americanas e canadenses em seu país, que devem ter prioridade nesse fornecimento.

O diálogo bilateral continuará nesta sexta-feira, em reunião de trabalho, no Ministério da Agricultura. “Nos encontraremos novamente para fecharmos os entendimentos desta rodada. As relações com a China são construídas em sucessivos encontros”, salientou.

Leilões de grãos – Também nesta quinta-feira, o ministro Wagner Rossi esteve com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado. Ficou acertado que a portaria interministerial, garantindo a retomada da aplicação dos instrumentos de apoio à comercialização de grãos para a safra 2009/2010, deve ser publicada nos próximos dias. A portaria conjunta será assinada pelos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento.

“Foi um avanço muito grande. Já temos acordo para milho, arroz e feijão e vamos discutir a questão do trigo no próximo encontro. O que se conseguiu foi um consenso muito positivo”, destacou Rossi ao final da reunião.

A forma de garantia dessa comercialização, segundo Rossi, será determinada de acordo com a necessidade do mercado. “É preciso acompanhar o mercado de perto e o Ministério da Fazenda dará esse apoio. Vamos encontrar a forma correta, no momento correto”, frisou.