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Economia

Marfrig pode receber R$ 1,8 bi em dividendos da BRF; ação dispara

Marfrig pode receber R$ 1,8 bi em dividendos da BRF; ação dispara

O Bank of America (BofA) elevou nesta segunda-feira (19/8) sua estimativa de preço-alvo para as ações da Marfrig, de R$ 18,50 por ação para R$ 21,50. Conforme relatório assinado pela analista Isabella Simonato, a perspectiva reflete o aumento no preço-alvo das ações da BRF, controlada pela Marfrig, a queda na dívida líquida e a possível entrada de dividendos da BRF em volume expressivo.

“Estimamos que a Marfrig deverá receber um total de R$ 1,8 bilhão de dividendos da BRF em 2024-25 (R$ 2/ação da Marfrig). Isto combinado com a entrada de caixa proveniente da venda de ativos para a Minerva, a ser concluída no final de 2024, deverá provocar uma queda na dívida líquida de R$ 26,3 bilhões no 2T24 (segundo trimestre de 2024) para R$ 18,9 bilhões em 2025”, informou o banco, reiterando a indicação de compra.

A notícia animou os investidores, e as ações da Marfrig dispararam na sessão da B3. Os papéis ON da empresa chegaram a subir cerca de 10,24% por volta das 13h45, e estavam entre as maiores altas do dia no Ibovespa.

Anteriormente, o BofA já havia aumentado o preço-médio para os ativos da BRF, de R$ 22 para R$ 24 por ação, o que gera um impacto de R$ 1,2 por ação no valor dos papéis da Marfrig.

A Marfrig ainda aguarda a aprovação dos órgãos antitruste para a venda de 16 unidades para a Minerva na América do Sul, um negócio de R$ 7,5 bilhões anunciado em agosto do ano passado. Do total, 11 plantas estão no Brasil, com o acordo em processo de análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Neste mês, a Superintendência-Geral do Cade recomendou a aprovação da venda, mediante a celebração de Acordo em Controle de Concentração (ACC). Com isso, a expectativa do mercado é que o aval da autarquia venha até o fim do ano.

Em contrapartida, sem considerar a BRF, o BofA reduziu em 10% a perspectiva para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Marfrig em 2024, para compensar margens mais fracas da carne bovina dos EUA no segundo semestre e os altos preços do gado na Argentina, apesar de margens sólidas no Brasil.

“No entanto, a empresa conseguiu superar o desempenho e entregar margens aproximadamente 200-300 pontos-base acima do resto do setor, dada a sua integração vertical. Isto começará a produzir resultados no segundo semestre de 2024 (principalmente no quarto trimestre) e será importante para monitorar o impacto nas margens de curto prazo e no médio prazo”, acrescentou.

Considerando a BRF, a perspectiva para o Ebitda consolidado da Marfrig aumentou 12% para R$ 13 bilhões.