O ano inicia com boas expectativas para o mercado da carne suína industrializada no Médio Norte de Mato Grosso. A Associação Brasileira de Indústria Produtoras e Exportadores de Carnes Suína (Abipecs) já confirmou que a China, gigante asiático, deverá abrir suas portas para aquisições da carne suína brasileira, por meio de compras diretas.
O cenário, aliado à recuperação econômica interna, anima Valdomir Natal Ottonelli, diretor secretário de um frigorífico e também presidente da Coopermutum, com sede em Nova Mutum. De acordo com ele, apesar do setor ter enfrentado uma queda no consumo no início de 2009, fruto da crise internacional, o ano encerrou em situação razoável, com mercado interno bem posicionado. “Acreditamos que 2010 seja de recuperação, não só da suinocultura, mas de todo o agronegócio e por consequência, do consumo”, explicou Ottonelli.
Hong Kong, que é uma região administrativa especial da China, com alto grau de autonomia e economia capitalista altamente desenvolvida, é hoje o principal mercado da carne suína industrializada em Nova Mutum no exterior. Acredita-se que por meio de Hong Kong, essa carne chegue à outras regiões da China. “Caso aquele país passe a negociar diretamente com os frigoríficos brasileiros, sem intermediários, o volume de negócios deve aumentar consideravelmente, abrindo-se novas perspectivas”, falou.
O frigorífico em operação em Nova Mutum, que está há 12 anos no mercado e abate hoje entre 1.500 e 1.600 suínos/dia, tem capacidade para dobrar a produção. A matéria-prima origina-se da própria cidade bem como Diamantino, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Sorriso e demais praças.
Depois que a Rússia fechou as portas para o mercado brasileiro, a indústria local passou por um período difícil, que exigiu um reposicionamento. Atualmente, a planta está habilitada novamente para exportar para a Rússia, mas o foco de mercado é outro. A maior parte da produção segue agora para grandes centros brasileiros, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além do próprio Mato Grosso.
Recentemente, o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, disse existir expectativa de que a União Europeia abra seu mercado para o Brasil ainda no primeiro semestre e que os Estados Unidos publiquem em breve a análise de risco para importação do produto. Missões dos dois países estiveram no país e, segundo Camargo, aprovaram as condições sanitárias. O acesso ao Japão e à Coréia também é aguardado para a segunda metade do ano. Com esses mercados, o Brasil poderá exportar 200 mil toneladas a mais por ano.