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Mercado Interno

Mato Grosso visa mercado suíno de SC após abertura de mercado japonês

Produtores de carne suína de Mato Grosso já planejam ocupar espaços do mercado brasileiro deixados por Santa Catarina.

Mato Grosso visa mercado suíno de SC após abertura de mercado japonês

Produtores de carne suína de Mato Grosso já planejam ocupar espaços do mercado brasileiro deixados por Santa Catarina. Isso porque o Estado sulista obteve aval para direcionar a partir de 2013 parte da sua produção para o Japão, o que deve diminuir o fornecimento dentro do país. O fato de o Estado mato-grossense não ter status de zona livre da aftosa sem vacinação, assim como Santa Catarina, impede, pelo menos agora, a exportação da mercadoria regional para o Oriente.

Suinocultores regionais pressionam, todavia, o governo federal para que busque a abertura de outros novos mercados, como já ocorre com a Ásia. Somente para a China, as exportações estaduais cresceram em julho 95,9% frente junho, salto de 223 toneladas para 437 toneladas e em comparação a julho de 2011 o acréscimo foi de 14,3%. Apesar da melhora, os produtores ainda amargam prejuízos. Neste mês, o preço pago pelo suíno vivo voltou a cair depois que o consumidor reduziu a compra da carne devido ao aumento de preço nos supermercados. O encarecimento é fruto da alta no valor da ração provocada pela falta de milho no mercado.

Japão

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion, a abertura do Japão à carne suína de Santa Catarina beneficiará todo o Brasil. “Santa Catarina diminuirá a entrega de carne dentro do Brasil, com isso os demais Estados, principalmente Mato Grosso, passarão a comercializar para onde ela vendia a carne. O que é muito bom para nós, pois para o Japão é muito difícil conseguirmos abrir mercado, pois não temos o status de livre da aftosa sem vacinação. Entretanto, seguimos pressionando o governo federal para que busque outros clientes”.

O fato é confirmado pelo analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), João Henrique Buschin. “Além disso, temos outros países que a cada mês ampliam as compras, como é o caso da China”. O analista comenta que conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em julho 437 toneladas de carne suína foram enviadas para a China, o volume é superior as 223 toneladas de junho e 382 toneladas de julho de 2011.

Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Mato Grosso exportou de janeiro a julho deste ano US$ 14,10 milhões em carne suína, 44% a menos que em 2011. Contudo, no mês de julho houve elevação de 18,6% nos embarques ante o mês do ano passado, um salto de US$ 1,963 milhão para US$ 2,330 milhões.

Preços

Levantamento do Imea mostra que em agosto o produtor está gastando em média R$ 2,46 para produzir um quilo de carne suína e recebendo o mesmo valor ao vender para o frigorífico.

“Entretanto, nesta semana o produtor está recebendo em média R$ 2,63 e gastando R$ 2,46. Voltou-se a ter lucro, contudo ainda é pouco para recuperação do setor. Já temos notícias de estabilidade nos preços pagos aos produtores nos próximos dias por ser final de mês”, comenta Buschin, frisando que 72% dos R$ 2,46 gastos para produzir um quilo de carne refere-se a alimentação do animal.