A perspectiva de bons preços anima a cadeia produtiva da suinocultura industrial em Santa Catarina. O preço básico pago pela Coopercentral Aurora Alimentos aos criadores aumentou 3,2% nesta semana, passando de R$ 3,10 a R$ 3,20 o quilograma de suíno em pé e, a esse valor, acrescenta-se o índice de qualidade da carcaça pelo critério da tipificação, o que eleva o preço a até R$ 3,52.
O novo patamar de preços foi anunciado pelo presidente Mário Lanznaster. Desde o ano passado, o mercado de suínos se mantém equilibrado, sem aumento de oferta nem em peso total, nem em número de cabeças. Também não há excesso de suínos no mercado “spot” e as indústrias frigoríficas em geral não estão estocadas.
Esse cenário positivo deve se manter até o fim do ano. A reabertura das exportações de aves e suínos para a Rússia, que volta a ser o maior comprador da carne brasileira, aqueceu o mercado nas últimas semanas. Lanznaster destaca que “o aumento vem em boa hora” para estimular os produtores rurais a manterem os níveis de produção e as margens de resultado.
“Temos que ter ciência que o mercado está ajustado; não podemos produzir em excesso”. O dirigente realça outro fator positivo na redução dos custos de produção e no aumento das margens de resultado do suinocultor: as safras de milho e soja foram boas, suficientes para nutrição animal (que representa 65% do custo de produção) e os preços se mantêm em patamares baixos que viabilizam a atividade.
No ano passado, o preço pago aos criadores na aquisição de suíno teve uma escalada de recuperação comandada pela Coopercentral Aurora Alimentos, empresa que detém o maior volume de abate em Santa Catarina.
“Essa situação de equilíbrio deve-se ao alojamento de matrizes de acordo com a demanda industrial planejada, o que evita episódios de excesso de oferta de suínos em pé, geralmente seguidos de crise de preços e posterior escassez dessa matéria-prima. Outro fator que influencia é o elevado preço da carne bovina no mercado brasileiro, o que estimula o consumo das outras carnes”, expõe Lanznaster.
O presidente da Aurora lembra que a crise do excessivo encarecimento dos insumos em 2012 inviabilizou dezenas de produtores, retirando do mercado muitos suinocultores e alguns frigoríficos. Em 2013 o preço baixou e devolveu a capacidade competitiva à cadeia produtiva. Agora, a situação entra em curva ascendente, com os preços do suíno em pé e boa oferta de milho no mercado.
RETRIBUIÇÃO
O suinocultor cooperado do oeste catarinense passou a receber a seguinte remuneração a partir desta semana: preço-base atualizado (R$ 3,20) acrescido do adicional da tipificação, índice médio de 7% a 10% (R$ 0,32), o que eleva o valor final pago para R$ 3,52/kg.