Criadores de suínos do interior do Rio Grande do Sul estão preocupados com o baixo preço que recebem pelo quilo da carne. Por outro lado, o cenário favorece os consumidores, que pagam mais barato pelo produto.
A situação tem provocado uma mudança no perfil da suinocultura. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), nos últimos cinco anos o número de produtores independentes caiu de 50% para 15%. Quem não desiste da atividade, está indo para o sistema integrado.
“A integradora traz os animais, traz a ração e dá assistência técnica. A parte de manejo é com o suinocultor”, explica o vice-presidente da Acsurs, Laurindo Vier.
O criador de suínos, Vitor de Conti, abandonou a produção independente por causa do baixo preço recebido pelo quilo carne.
” Isso ao longo dos últimos anos se mostrou muito deficitário, o preço que a gente recebia do frigorífico não pagava o custo de produção”, afirma o produtor.
No campo, os criadores estão insatisfeitos com o valor que recebem, mas na cidade a situação é diferente. Os consumidores comemoram o preço baixo e a carne suína cada vez mais tem feito parte do cardápio dos gaúchos.
Segundo a Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), a venda da carne suína cresceu no Estado 100% nos últimos cinco anos. O estudo da Agas mostra que a paleta suína é vendida em média a R$ 8,25, enquanto a paleta de gado é comercializada por R$ 12,46. O pernil é encontrado a R$ 9,32, enquanto o coxão de dentro a R$ 17,64.
“Nós que vivemos de salário é bom uma carne assim. O preço aqui pra nós está muito bom”, afirma o profissional autônomo, Valderi Cavalheiro da Silva.