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Ovos

Mercado abastecido

Queda na produção de ovos não desabastece o mercado. Aumento do consumo é ainda o grande desafio do setor.

Mercado abastecido

A produção brasileira de ovos diminuiu nos últimos anos, mas não faltou produto no mercado. O aumento do consumo é ainda o grande desafio do setor e, segundo especialistas, ainda falta planejamento. Por isso, as granjas estão cada vez mais tecnificadas.

No Brasil, a produção já chegou à casa dos 32 bilhões de ovos há 15 anos, no pico da produção e dos problemas também para o setor, já que não havia consumo para tanto. Aí, com margens de lucro baixas até grandes empresas fecharam naquela época. A produção caiu em 10 bilhões de unidades. Atualmente, das granjas espalhadas pelo País inteiro saem 22,4 bilhões de ovos por ano.

O criador Geraldo Lobo produz Pelo menos quatro milhões da granja do produtor Geraldo Lobo, do interior de SP.

No interior de São Paulo, com 250 mil poedeiras no plantel, Geraldo Lobo comercializa por mês nada menos que 12 mil caixas de ovos. Ele começou com 400 há 25 anos e agora é um grande produtor. Ele atribui o crescimento na produção ao seu trabalho.

“Bastante dedicação na atividade e procurando trabalhar da melhor forma possível. Trabalhando em cima de automação que hoje dá um resultado melhor, custo mais baixo. Porque hoje a base de tudo é custo mais baixo”, explica Lobo.

Como em qualquer outra atividade, é necessário o equilíbrio entre a oferta e a procura para que o negócio dê certo. No mercado de ovos, o consumo tem muita influência da opinião de médicos, nutricionistas e de pesquisas sobre os efeitos deste alimento pra saúde. Nos últimos anos, a pesquisa até tem sido favorável ao setor, mas algumas questões dependem mesmo do produtor, como a organização e o planejamento em uma propriedade, por exemplo. Aí entra um ponto interessante: a tecnificação, que no fim das contas se traduz em qualidade.

“Você não tem quebra, não tem transporte, não tem nada. O ovo produziu, tá na caixa lá embaixo”, diz o produtor.

Na granja de Lobo, 30% da coleta de ovos ainda é manual. Porém, até o fim do ano, ele quer deixar tudo no comando das máquinas.

A produção do criador e empresário Airton Carneiro segue o mesmo caminho. Ele é um dos maiores produtores do Ceará e abastece, no varejo, todos os Estados do Nordeste e parte do Norte.

“Você tem que estar sempre atento aos novos desafios que estão surgindo. Então, nós temos uma carga social embutida no funcionário muito grande. Por isso, nós temos que tecnificar para poder vencer estas diferenças”, disse.

Carneiro levou a sua experiência para um congresso que reúne esta semana outros produtores e especialistas no interior de SP. Para José Roberto Bottura, diretor-executivo do Instituto de Ovos e um dos organizadores, está aí o caminho para o tão esperado equilíbrio do setor hoje e no futuro.

“O negócio é você procurar mercado que remunere a produção. Você deve produzir em função de que você tiver mercado”, concluiu Bottura.

Cada brasileiro consome em torno de 130 ovos por ano. Em países como Japão e México o consumo chega a 350 ovos por pessoa. O Congresso sobre a produção e comercialização neste mercado vai até esta quinta, dia 25, na cidade de São Pedro, no interior de São Paulo.