Cenário desafiador, assim pode ser definido o primeiro trimestre de 2021 para o segmento do mercado de frango que viu as quedas das exportações e do consumo interno se somarem ao problema dos altos custos para a produção. Para o segundo trimestre, especialistas acreditam que também será um momento de dificuldades para o setor.
Há poucos dias, o Rabobank divulgou um relatório com análises para o mercado de frango e apesar da expectativa de ocorrer um aumento nas exportações, os custos seguirão corroendo a margem de lucros dos produtores. Ainda segundo relatório, em fevereiro deste ano, o preço do frango inteiro resfriado era 31% superior ao mesmo período de 2020 e do frango vivo, 38% mais caro, entretanto, a nutrição das aves subiu 112% na mesma época, o que ressalta as dificuldades para o segmento.
O diretor da OD Consulting, Osler Desouzart, também acredita em um momento difícil no segundo trimestre, mas ressalta que o segmento já vem enfrentando problemas há um bom tempo. “Quando afirmam que agora o mercado de frango passará por uma situação delicada, eu pergunto, mas e no trimestre passado ou no final do ano passado como foram? O que ajudou foram as exportações para a China e ouros países da região, devido à Peste Suína Africana (PSA), mas os preços estão caindo e os custos não param de subir”.
Segundo Desouzart, o mercado interno deverá impactar negativamente no consumo de frango. “Estamos diante de uma recessão econômica, uma parte considerável da população perdeu poder aquisitivo, isso quer dizer que quem comia frango uma vez por semana, passará a comer a cada 15 dias”.
Diante dessa conjuntura, o Diretor da OD Consulting afirma que é preocupante apostar num aumento de produção. “Os alojamentos de pintinhos tiveram um crescimento de 5% para esse segundo trimestre, é preocupante para um cenário que não indica reação e tem esse encarecimento que já citei”.
Focando no médio prazo, Desouzart acredita que as grandes empresas do segmento de frango enfrentarão esse momento difícil, mas possuem condições para se manterem, o grande problema, segundo ele, são para as pequenas. “O melhor caminho é se organizarem em cooperativas para terem mais força ou o risco de quebrarem é grande”.