O mercado brasileiro do frango vivo foi caracterizado pela fragilidade ao longo do mês de novembro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os preços não encontraram força para sustentação, apesar da boa demanda por exportação e do aquecimento do consumo no mercado interno.
“Essa situação traduz claramente um sintoma de excesso de oferta no mercado interno. Considerando a deficiência de produção das demais carnes, sobretudo a carne bovina, era evidente que haveria avanços na produção de carne de frango ao longo do segundo semestre”, afirma o analista. O aumento da oferta de carne de frango é algo salutar para o consumidor final, que sofre com o encarecimento das demais proteínas animais comercializadas no mercado interno, indica.
Os custos de produção do frango apresentaram alta ao longo do mês, em virtude do encarecimento dos preços do milho. “Ou seja, o avicultor operou com margem de lucro mais apertada. Ainda é aguardada alguma recuperação no próximo período de virada de mês, considerando o auge da demanda”, avaliou Fernando Henrique Iglesias.
Em São Paulo, o frango vivo fecha o mês com cotação de R$ 2,60 o quilo vivo (preço CIF com prazo de 15 dias), enquanto no mês passado o preço era de R$ 2,70, representando no comparativo baixa de 3,7%. No Rio Grande do Sul (integração), o preço recuou de R$ 2,55 para R$ 2,50 o quilo vivo, baixa de 2%, com prazo de 21 dias de pagamento.
Embarques
As exportações de carne de frango do Brasil renderam US$ 435,9 milhões até a terceira semana de novembro (15 dias úteis), com média diária de US$ 29,1 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 228,3 mil toneladas, com média diária de 15,2 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.909,6. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Entre outubro e novembro, houve alta de 4,1% no valor médio exportado, um avanço de 6,2% na quantidade e um recuo de 1,9% no preço médio. Na relação entre novembro de 2014 e o mesmo mês de 2013, houve baixa de 0,8% no valor total exportado, perdas de 3,4% na quantidade total e valorização de 2,6% no preço médio.