Após semanas apresentando quedas consecutivas, o preço do quilo vivo do suíno brasileiro apresentou reação positiva nas duas últimas semanas. Devido principalmente a elevação dos volumes exportados em agosto, e a perspectiva de bons embarques nos próximos meses com Hong Kong e Ucrânia sendo principais compradores dessa proteína do Brasil, o mercado interno em grande parte do país apresentou valores elevados de venda. Em alguns estados, foi possível verificar aumentos de até 20% de acordo com os levantamentos da Scot Consultoria.
A notícia do avanço das exportações em agosto e a recente valorização do cambio tiveram forte reflexo nos preços do suíno vivo, já que ao tomar conhecimento dos bons resultados das vendas externas e da elevação dos preços pagos devido ao aumento do dólar, suinocultores reforçaram sua argumentação em busca de reajustes dos preços que, de fato, têm sido concedidos por muitos compradores do mercado independente.
Segundo pesquisas do Cepea, os mercados que responderam mais rápido a essa informação foram os de Minas Gerais e São Paulo, que têm forte influência dos negócios realizados nas bolsas de comercialização. Nesta semana o mercado de São Paulo atingiu R$ 54,00@, o equivalente a R$ 2,88 o quilo do suíno vivo, conforme informou a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS). Em Minas Gerais, a bolsa de suínos fechou acordo entre produtores e frigoríficos para venda do quilo do suíno vivo em R$ 3,00, segundo dados da Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). No mesmo período do ano anterior, o valor cotado era de R$ 3,25 – valor 8% maior que o comercializado atualmente.
Para a pesquisadora do Cepea, Camila Ortelan, com uma exportação de 43 mil toneladas em agosto deste ano, que representa um crescimento de 26% ante o mês anterior, o setor voltou a ficar otimista. “Em agosto os preços começaram a recuar no final do mês, o motivo foi por conta do volume das exportações que até então acreditavam que eram pequenos. No entanto os volumes foram bastante bons e isso mexeu com o mercado, fazendo com que os produtores pedissem valores mais altos pelo animal”, encerrou Camila.
Já o preço do milho segue com uma variação positiva e apesar dessa recuperação no preço do suíno, a relação de troca para o produtor segue negativa, em alguns estados a e relação de troca entre o custo de produção e o preço de venda é um dos menores desde 2007.