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ECONOMIA

Mercado reduz previsão da inflação de 4,51% para 4,49% este ano

A previsão do mercado para o IPCA em 2023 está acima da meta do Banco Central, com 67% de chance de ultrapassar o limite superior, enquanto a projeção da Selic para 2024 é de 9,25% ao ano, refletindo a preocupação com a inflação.

Mercado reduz previsão da inflação de 4,51% para 4,49% este ano

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, teve uma redução, passando de 4,51% para 4,49% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (18), pesquisa divulgada semanalmente em Brasília pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação permaneceu em 3,93%. Em relação a 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para ambos os anos.

A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta é de 3,25% para 2023, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a probabilidade de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda se situa dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em novembro, o aumento nos preços dos alimentos pressionou o resultado da inflação, com o IPCA atingindo 0,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual foi maior do que a taxa de setembro, que teve uma alta de 0,24%.

A inflação acumulada este ano atingiu 4,04%, e nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.

Juros básicos

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

O comportamento dos preços levou o BC a cortar os juros pela quarta vez no semestre, na última reunião do Copom da semana passada. Em comunicado, o Copom informou que continuará promovendo novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas não detalhou quando parará de reduzir a taxa Selic. Segundo o BC, esse momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9,25% ao ano. A primeira reunião do Copom no ano que vem ocorre em 30 e 31 de janeiro. Para o final de 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de COVID-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Dessa forma, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano permaneceu em 2,92%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de crescimento de 1,51%. Em relação a 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB em 2%, para ambos os anos.

Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano, a economia brasileira cresceu 0,1% em comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

Com esse resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível antes da pandemia, registrado nos últimos três meses de 2019.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,93 para o final deste ano. Para o final de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.