Com indícios de uma nova queda no preço do suíno na próxima semana, muito produtores de Santa Catarina mostram-se preocupados. No entanto, para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, há uma especulação de preços inveridica, prejudicando a movimentação das cotações da carne. Veja artigo divulgado pela entidade, na íntegra.
“Acredito que estamos servindo de bode expiatório. Há rumores que o preço do suíno deverá sofrer uma nova queda na próxima semana e o que já está insustentável, se tornará insuportável por nós produtores. Se analisarmos alguns fatores, veremos que isso pode ser chamado de especulação ou manipulação sobre o poder, ou seja, fazer uma mentira virar verdade, devido às vezes que isso é falada. Tivemos em 17 de novembro de 2010, o anúncio que SC obteve a abertura do mercado Americano para a carne suína, sendo que naquela semana o preço pago ao produtor subiu duas vezes. A notícia relatava que as exportações só aconteceriam a partir do segundo semestre deste ano, o que a cada dia está mais próximo disso acontecer. Por que cair o preço então? As exportações brasileiras em janeiro de 2010 foram de 34.070.364 t, renderam US$ 83.277.149, enquanto que em janeiro de 2011 foram exportados 29.001.320, com US$ 83.146.754. Apesar de ter diminuído as exportações em volume em torno de 5 mil t, em valores houve um aumento de 17,21%. Isso mostra que no mercado internacional, os preços estão em alta. As exportações brasileiras sempre têm um aumento a partir de março, ou seja, muito próximo de estar acontecendo, então, por que baixar justo agora? O mercado interno também tem uma recuperação a partir do início do ano letivo, o que acabou de ocorrer, pois a população começa a fazer suas refeições com toda a regularidade e o consumo interno aumenta e isso não justifica uma baixa de preço ao produtor.
Outro fator tão importante é o preço da carne bovina, o boi não tem baixado de R$ 105,00 @, e segundo a opinião de economistas, não baixará nos próximos anos devido à falta de gado no mercado e o longo ciclo de produção, até o abate. Segundo informações do mercado Paulista, não há mais oferta de carcaça barata, nem de animais vivos como acontecia recentemente, não justificando uma baixa. O próprio peso do animal, que vinha sendo abatido em torno de 105 kg, em alguns estados estão com peso médio de 85 kg, o que está acontecendo em algumas regiões do estado, isso não justifica uma baixa. As próprias agroindústrias tiveram no ano passado um lucro excelente, por que nesse momento massacrar nós produtores dessa maneira? Desse jeito, o sistema de PARCERIA ou cooperativismo entre produtor e indústria é inexistente, ou serve apenas para uma das partes. Desse modo, o que estaria justificando uma baixa? Vejo que isto é mera especulação de mercado.
A ACCS solicitou, ainda em janeiro ao governador do estado que tomasse medidas urgentes para a sobrevivência da atividade, apenas uma delas foi aceita, que foi a isenção do ICMS por 90 dias, mas que não deu maior resultado devido aos demais estados produtores tomarem a mesma medida. Vejo que se houver uma nova baixa teremos apenas mais um pedido ao governador, que seja decretada a falência da suinocultura estadual, uma suinocultura tão sonhada e desejada por todos, com status internacionais, competitiva, de excelente qualidade de carne, pois não suportaremos mais tamanho prejuízo”, Losivânio de Lorenzi, presidente da ACCS.