Após três sessões consecutivas de disparadas que inflaram as preocupações em torno da nova onda “agroinflacionária” global em formação, as cotações do milho recuaram ontem na bolsa de Chicago. Foi, entretanto, um típico movimento de realizações de lucros, candidato ao esquecimento a partir de hoje, quando, entre outros fatores ligados à produção americana, o mercado poderá repercutir com mais força a decisão do governo Barack Obama de estimular o consumo de etanol de milho nos Estados Unidos.
Com a queda de ontem, de 8,50 centavos de dólar (1,44%), os contratos com vencimento em março – que atualmente ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez – fecharam a US$ 5,8025 por bushel. Segundo cálculos do Valor Data, a baixa reduziu os ganhos acumulados neste mês de outubro para “apenas” 14,17%. Em 2010, a valorização ainda chega a 36,77%; nos últimos 12 meses, é de 47,55%.
No pregão de ontem, traders justificaram o desdém à notícia envolvendo o etanol nos EUA com o argumento de que a decisão já era esperada. Alguns deles realçaram, contudo, que haverá espaço para novas altas nos próximos dias, sobretudo porque não há segurança em relação à safra que está sendo colhida nos EUA. Segundo o USDA, o departamento de agricultura do país, a colheita já cobriu 51% da área total de plantio estimada no país neste ciclo 2010/11. Esta “ala” prevê o bushel a US$ 6.