A seca na Rússia e na Europa, que derrubou a oferta de trigo, e os leilões de prêmio de escoamento de produto (PEP) para o milho estão dando sustentação aos preços do grão no mercado doméstico.
Até agora, o governo já subsidiou, por meio dos leilões de PEP, o escoamento de 10,9 milhões de toneladas de milho. Boa parte disso foi direcionada ao exterior.
Desde meados de julho, quando o problema da seca ficou mais evidente, o milho no mercado doméstico teve forte alta. No Paraná, saiu de R$ 13,50 a R$ 14 por saca naquele momento para R$ 19 a R$ 20, segundo a Safras&Mercado. Em Goiás, passou de R$ 12,50 para R$ 18 a R$ 19. Já em Mato Grosso, a saca chegou a ser negociada a R$ 7 na região de Lucas do Rio Verde – hoje está em R$ 12.
Paulo Molinari, analista da Safras, afirma que a quebra da produção na Rússia mudou o mercado de trigo e influenciou o milho, que pode substituir o trigo como matéria-prima para rações.
Esse novo cenário, juntamente com os leilões, sustentou os preços do milho. “Agora não há mais dúvida de que nove a a 10 milhões de toneladas serão exportadas”, afirma ele, que não descarta um volume ainda maior. A razão é que há demanda no exterior e parte do milho escoado com o PEP será exportada. A estimativa da Conab é que as vendas externas alcancem cerca de 9,5 milhões de toneladas de milho.