Contrariando muitas previsões e análises, e tendo como suporte a queda de safra, o recorde das exportações e um estoque do governo praticamente zerado, o milho não para de subir, com um recorde após o outro. Depois de superar a barreira histórica dos R$ 50,00 a saca de 60 quilos e alcançar o maior preço de todos os tempos do índice ESALQ/BM&F Bovespa, o preço do grão terminou o dia de ontem (18/05) a R$ 52,82 a saca. Mesmo dia em que a soja bateu em R$ 90,00 nos portos e R$ 87,00 no mercado disponível. Mesmo dia em que a Conab disponibilizou em seu site que os estoques do governo não chegam nem a um milhão de toneladas. Mesmo dia em que os produtores de suínos confirmaram que não poderão contar em nada com o governo para resolver a situação de desespero que se abateu sobre a atividade.
Somente neste ano o milho já subiu 41,57%, já que em 04/01 o indicador da Bovespa registrou o preço de R$ 37,31 para a saca do cereal. Em um ano o milho subiu incríveis 104,26%, passando de R$ 25,26 a saca em 18/05/2015 para R$ 52,82 em 18/05/2016. Qual atividade suporta um aumento de mais de 100% no preço do seu principal insumo do custo de produção? Que segmento da economia consegue se manter saudável mediante um ambiente de negócio tão hostil? A questão dos estoques públicos ganhou agora conotação de escândalo, apenas mais um, com o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP/RS) trabalhando pela aprovação do requerimento de uma audiência pública para ouvir os técnicos da Conab e do Ministério da Agricultura para apurar a questão, conforme informe o site Notícias Agrícolas. Enquanto isso os produtores de suínos vão se descapitalizando e muitos já deixaram a atividade pelo simples fato de não conseguirem tratar mais dos animais.