A área de cultivo de milho deve ser reduzida pelo segundo ano consecutivo no Paraná. Na safra 2009/10, o grão ocupou 900,4 mil hectares e, no período 2010/11, ele será plantado em 761,5 mil hectares, uma queda de 15%. A produção deve diminuir 20%, de 6,84 milhões de toneladas para 5,48 milhões de toneladas. Nas décadas de 70 e 80, o Estado chegou a ter 2 milhões de hectares cultivados com milho, e a área prevista para a próxima safra de verão é a menor já observada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná.
A primeira estimativa da safra do Paraná, divulgada ontem, mostrou que o agricultor vai novamente aumentar a aposta na soja, que terá área 3% maior, de 4,49 milhões de hectares. A produção do grão deve cair 1%, para 13,7 milhões de toneladas, porque a previsão da colheita leva em conta a produtividade dos últimos cinco anos, período no qual o Paraná enfrentou problemas climáticos que prejudicaram o desempenho das lavouras.
Levando-se em conta todas as culturas, a safra de verão 2010/11 do Paraná terá a mesma área cultivada, 5,64 milhões de hectares, e produção 7% menor (19,97 milhões de toneladas) na comparação com a safra passada – isso porque o rendimento da soja equivale a 50% do rendimento do milho.
O secretário da Agricultura, Erikson Chandoha, explicou que, além da questão de menor liquidez em relação à soja e da combinação de estoques altos e preços baixos, a redução na área de milho está relacionada ao temor dos efeitos do fenômeno climático La Niña, que pode provocar estiagem na região. E, segundo ele, o agricultor está consolidando a opção de plantar soja no verão e milho na segunda safra, a safrinha.
Chandoha disse que, mesmo que a soja seja mais resistente, os produtores devem escalonar o plantio da safra “para correr o menor risco possível” com seca.
O levantamento feito por técnicos do Deral mostra que o plantio de feijão das águas deve crescer 8% em área, para 344,9 mil hectares, e 19% em produção, para 579,8 mil toneladas. Outras culturas que devem ter produção maior são as de batata (12%), cebola (20%), tomate (19%) e mandioca (9%). A última safra de verão recorde no Estado foi registrada em 2007/08, quando foram cultivados 5,65 milhões de hectares e colhidas 22,2 milhões de toneladas.