A redução no preço da saca do milho comercializada em Mato Grosso contribuiu para a queda no custo de produção de aves e suínos. Atualmente a saca do grão, em média, está cotada em R$ 17 no estado. Os números divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) ao longo do ano mostram que houve um redução de 26% se comparado ao preço registrado em janeiro, de R$ 23, chegando até 32% em abril quando o produto custava em torno de R$ 24/sc.
Para os suinocultores mato-grossenses, a redução dos valores fez com que fosse criado um cenário de recuperação. “Após quase 10 meses de crise, tendo o custo de produção acima do preço de venda, estamos recuperando financeiramente os prejuízos deste período”, explica o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
Conforme ele, é preciso outros 10 meses, mantendo os indicadores atuais, para que o setor tenha rentabilidade extra. Em média, o custo de produção reduziu 6%, passando de R$ 2,15 para R$ 2 por quilo. O cenário mais otimista também vem com o aumento do preço de comercialização do quilo do animal vivo, que de R$ 1,71 subiu para R$ 2,45.
O presidente da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav-MT), Aléssio Vilson Di Domênico, acrescenta que os preços estão voltando ao patamar registrado no ano passado, quando a saca estava cotada a R$ 15. De acordo com ele, a redução no preço do milho fez reduzir o custo do setor em até 25%. Ele afirma ainda que o período é propício para o aumento das vendas. “No fim de ano aumentamos entre 5% e 10% as vendas de aves”.
Apesar de comemorar a queda no preço do grão, os suinocultores e os avicultores de Mato Grosso reclamam que o governo deveria interferir mais no mercado para controlar o preço. “Os leilões de venda de milho não auxiliaram os produtores de aves e suínos e nem a indústria que fabrica ração. Isso porque, o preço oferecido no evento era equivalente ou até maior daquele cotado no mercado”, explica Di Domênico relacionando o fraco desempenho o último subsídio do governo realizado no estado.
Leilão
Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do total de 50 mil toneladas de grãos ofertadas para os produtores que utilizam o grão como alimento de animais e para a industria que processa o milho transformando-o em ração, apenas 7,4% foram comercializados, totalizando 3.723 toneladas.
O fraco desempenho das vendas, segundo o diretor da Conab em Mato Grosso, Charles Córdova, ocorreu em função da concorrência com os armazéns particulares, que reduziram o preço do produto. Na comercialização oferecida pelo governo, a saca do milho, que é resquício da safra 2008/2009, saiu a R$ 17.
As compras foram realizadas por produtores e empresários da região região Norte do estado. O que não chegou a ser vendido, somando 45 mil toneladas, será novamente oferecido em leilão na próxima semana.