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Exportação

Milho: recorde próximo

Exportações de milho brasileiras podem superar 11 milhões de toneladas e bater recorde esse ano. Previsão é da Abramilho.

Milho: recorde próximo

As exportações de milho do Brasil podem superar os 11 milhões de toneladas e bater recorde em 2010. Se o setor tomar por base o volume embarcado em setembro, o País tem potencial para ultrapassar a casa dos 10,88 milhões de toneladas comercializadas no mercado externo em 2007.

A expectativa é de João Carlos Werlang, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), e os cálculos são de Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria.

O montante embarcado em setembro, até agora, de 1,19 milhão de toneladas, representa recorde mensal do ano. “Até o fim do mês pode chegar a 2 milhões”, diz Lima Filho.

No entanto, de acordo com o analista, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que as exportações brasileiras do cereal, em 2010, serão de 9,5 milhões de toneladas. Levantamento da Scot mostra que em 2009 o Brasil embarcou 7,8 milhões de toneladas.

De acordo com dados do segmento, 90% do cereal comercializado via Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) são destinados ao mercado internacional. Apenas em Mato Grosso, 7,32 milhões de toneladas do grão deixaram o estado após os leilões. Mato Grosso teria ainda 1,3 milhão de toneladas para venda e a Conab teria em estoque de 2,7 milhões de toneladas de milho. “O estoque de passagem previsto de 2010 para 2011 deve ficar entre 11 e 12 milhões de toneladas”, diz.

Segundo o analista, o Paraná, que está praticamente com todo o milho safrinha colhido, possui 80% do montante a ser comercializado. “Segundo dados da Conab, o estado deve produzir na safrinha 6,3 milhões de toneladas”, afirma Lima Filho.

Para a temporada 2010/2011, devido ao La Niña, a previsão não é nada promissora para o cenário do milho no País. Segundo Lima Filho, o plantio do cereal no Paraná, atrasado por falta de chuva, deve ser colhido mais tarde, o que pode coincidir com períodos de mais intensidade de chuva. “O que pode comprometer a produtividade”, diz.

Para o presidente da Abramilho, no ano passado, o Paraná teve problemas com grão ardido, e se ocorrer a colheita com excesso de chuva, o mesmo pode se repetir. “Neste caso, o grão pesa menos que o normal”, explica Werlang.

Estudo da Scot mostra ainda que até setembro, o plantio para a safra 2010/2011 de milho no Paraná atingiu apenas 3% da área a ser cultivada. No mesmo período em 2009, o estado já havia plantado 30% da área. “A estimativa é de cultivar 761,5 mil hectares na safra 2010/2011, ante 900,4 mil hectares em 2009/2010”, diz.

Diante do cenário de queda na produtividade do grão no País e nos EUA e de redução de área de até 20% no Brasil, as cotações do milho, que estão em alta, devem se manter firmes no médio prazo. “Tudo vai depender do que realmente vai impactar as interferências climáticas”, diz Lima Filho.

Segundo o analista, em agosto, o preço médio da tonelada de milho em São Paulo saltou 8,4%, para R$ 335, se comparado a julho. No início do ano, a saca de 60 quilos era comercializada por R$ 20. Em meados de abril e maio, caiu para R$ 16. Em agosto, a saca em Campinas custava R$ 22. Hoje gira em torno de R$ 24 e R$ 25.

Trigo – A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) elevou a estimativa para a produção mundial de trigo na safra 2010/2011 de 646 milhões para 650 milhões de toneladas, por causa da boa perspectiva de oferta no Hemisfério Sul. Segundo a entidade, o aumento da produção na Austrália vai compensar a quebra no Leste Europeu.