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Exportação

Minas aumenta exportação de ovos para incubação

<p>Produto alcança preço médio 171% superior ao do ovo in-natura. Principais destinos foram Emirados Árabes, Senegal e Moçambique.</p>

A receita das exportações mineiras de ovos de galinha para incubação teve um aumento de 1.786% entre janeiro e setembro de 2009, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados divulgados pelo MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) mostram que a cifra gerada pela comercialização internacional do produto, nos nove meses deste ano, foi de US$ 2,7 milhões.

“Já a receita no acumulado de janeiro a setembro de 2008 foi de US$ 141,3 mil”, explica Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Spea (Superintendência de Política e Economia Agrícola) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

Segundo a assessora, os principais destinos das exportações mineiras de ovos para incubação, em 2009, foram os Emirados Árabes, Senegal e Moçambique, que importaram US$ 2,3 milhões, ou 87,4% do total encaminhado ao exterior por parte do Estado. Os maiores compradores, de janeiro a setembro de 2008, foram o Senegal e a Venezuela, que importaram de Minas o equivalente a US$ 85,5 mil e US$ 55,8 mil, respectivamente.

Márcia Silva acrescenta que “a expansão da participação de Minas no mercado de ovos para incubação apresenta uma perspectiva de negócios para os produtores mineiros”. Ela observa também que os preços alcançados pelo produto no mercado externo podem reforçar o interesse de potenciais exportadores. “Os ovos para incubação alcançaram o preço médio, por quilo, de US$ 3,23 ou 171% superior ao preço médio do ovo de galinha in-natura no mercado internacional, que foi de US$ 1,19, nos primeiros nove meses deste ano.”

Inversão – A assessora ainda explica que o Brasil sempre importou ovos para incubação. O objetivo é suprir o plantel de aves que darão origem às matrizes, essenciais para a reposição dos planteis.

Nos primeiros nove meses de 2009 verificou-se redução de valor da ordem de 67% nas importações de Minas Gerais para esse segmento, atendendo inclusive à recomendação da UBA (União Brasileira de Avicultura) para a redução do alojamento de pintos de corte e pintainhas, diante da necessidade de estabelecer um volume de oferta compatível com a demanda interna e externa. As aquisições de ovos para incubação passaram de US$ 1,3 milhão para US$ 419,6 mil.

O volume importado passou de 22,4 toneladas para 1,5 tonelada, uma redução de 93%, na comparação de janeiro a setembro de 2009 com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Câmara Técnica de Avicultura do Cepa (Conselho Estadual de Política Agrícola), criada pela Secretaria da Agricultura, Minas e o Brasil oferecem ovos para incubação de alta qualidade porque os planteis nacionais de matrizes contam com um rigoroso programa de biosseguridade.

O coordenador da câmara, Emílio Mouchrek, diz que “o cenário atual, que será examinado pela câmara técnica, aponta para a necessidade de estimular as exportações de produtos com valor agregado, como o ovo para incubação”. Além disso, ele acrescenta, “é importante o aprimoramento da logística, porque esses ovos já saem da origem fertilizados, por isso devem ser transportados de acordo com um cronograma que possibilite a sua entrega dentro das condições ideais para o processo de incubação”.

Produto para consumo – As exportações mineiras de ovos com casca para consumo chegaram a US$ 17,0 milhões, com volume de 14,3 mil toneladas, no período de janeiro a setembro de 2009. Os principais países importadores foram Emirados Árabes, Omã e Angola, que importaram o equivalente a US$ 11,2 milhões, US$ 3,3 milhões e US$ 1,0 milhão, respectivamente. No total, esses países importaram o equivalente a 91,6% do valor total exportado pelo Estado.

Minas Gerais é o principal Estado exportador de ovos com casca para consumo. O valor das exportações do Estado (US$ 17,0 milhões) representa 63,3% das exportações brasileiras (US$ 26,9 milhões). Logo atrás de Minas, configuram-se Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná, que respondem juntospela exportação de US$ 9,8 milhões.

Sul é polo de postura – Segundo dados do IBGE, Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos do Brasil e, nos primeiros seis meses de 2009, respondeu por uma produção de 146,4 milhões de dúzias, que correspondem a 13% da produção nacional no período (1,2 bilhão de dúzias). São Paulo, principal produtor, produziu 362,1 milhões de dúzias, que representam 31% da produção nacional.

Na produção mineira, entre os dez principais municípios, quatro estão localizados na região Sul do Estado. São eles: Itanhandu, Passa Quatro, Nepomuceno e Lavras. Em 2007, esses municípios responderam por 37% da produção estadual. Apenas a cidade de Itanhandu respondia por 23% da produção de Minas.

Itanhandu e Passa Quatro localizam-se nas Terras Altas da Mantiqueira, que juntamente com Pouso Alto e Itamonte compõem um polo da avicultura mineira. A atividade nas Terras Altas é favorecida pelo clima e pela proximidade dos municípios produtores de milho, que são fatores benéficos ao estabelecimento das granjas. A região conta com diversas empresas que dão suporte à produção avícola e contribuem para o fortalecimento do setor.

A produção de ovos de galinha, nessas regiões e em outras com potencial, em Minas Gerais, já tem o estímulo das vendas internacionais do produto em casca para consumo e dos ovos para incubação. “Novas oportunidades, como a exportação de ovo em pó, também estão sendo analisadas”, finaliza Márcia Silva.