O ministro de Agricultura, Wagner Rossi, vai à Rússia na primeira quinzena de julho para tentar reverter o embargo de carne do Brasil. “Uma equipe técnica voltou recentemente da Rússia e a expectativa (dessa viagem) era mais produtiva, mas não se confirmou. Então, o que nós vamos fazer é ir a Bruxelas e Moscou na primeira quinzena de julho”, disse Rossi em entrevista aos correspondentes brasileiros em Buenos Aires. “Nós temos uma visita marcada à UE e Rússia sobre esse tema e eu mesmo vou estar presente, além do secretário da área de sanidade.”
O ministro também informou que hoje uma missão técnica no Japão tenta avançar na liberação do comércio de carne suína para aquele país. “Temos expectativa positiva em geral”, disse ele. No entanto, Rossi criticou as normas do comércio internacional de alimentos opinando que “as questões de sanidade deveriam ter regras mais claras, que fossem seguidas por todos os países”. Segundo ele, a aplicação de embargos e de normas ao comércio “está se transformando em uma coisa empírica, porque cada um faz a exigência que quer”.
Rossi também confirmou que uma missão técnica viajará no dia 7 de junho para os Estados Unidos para avaliar restrições às exportações de carne do Brasil. “As questões levantadas são mais de metodologia que de conteúdo. Mas é claro que temos que tratar esses assuntos com muito embasamento técnico porque os americanos estavam usando uma metodologia de análise que era aprovada para carne in natura e estão usando para carne processada. Então, nossos técnicos vão para lá para tentar compatibilizar essas normas”, afirmou.
Ao criticar a falta de regras transparentes no comércio internacional, Rossi chamou a atenção dos exportadores e avisou que o governo será mais exigente na cobrança das normas para as exportações. “Nossos exportadores têm que ter atitude de absoluto rigor nos produtos que exportam porque não podemos ficar sujeitos a equívocos técnicos realizados por nós. Se houver por parte deles (dos importadores) uma exigência exagerada nós saberemos reagir. Mas não podemos deixar de zelar no limite máximo pela regularidade dos produtos que enviamos, especialmente aos mercados mais exigentes, a todos os mercados”, disse ele.
“Há necessidade de apertar os mecanismos de análise no Brasil de mercadorias que são enviadas para o exterior, e nós do Ministério de Agricultura vamos fazer um esforço grande para analisar as remessas com antecedência para evitar esse tipo de situação em que há uma certa ambiguidade: nós achamos que estamos regulares e eles acham que não estamos”, afirmou. Ainda tomando como exemplo o caso dos EUA, Rossi declarou: “Como é uma questão de levantamento, não pode haver uma duplicidade de interpretação. Então, nós vamos aumentar a exigência prévia no Brasil, e vamos fazer análises de remessas aleatórias em que haverá inspeção e isso vai servir como mais um filtro para não haver esse tipo de discussão”.