Da Redação 17/06/2004 – 08h59 – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou ontem (16/06) a ida de uma missão técnica à China para negociar o fim do embargo à soja brasileira. O secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, e o chefe da Divisão de Cooperação Técnica e Acordos Internacionais, Odilson Ribeiro, embarcam nesta sexta-feira (18/06) com destino a Pequim.
Na próxima segunda-feira (21/06), a comitiva brasileira terá uma reunião com autoridades do Ministério da Agricultura da China. Na terça, serão mantidos contatos com representantes do Ministério do Comércio. Na quarta, os encontros bilaterais prosseguem no Ministério da Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentena (AQSIC, sigla em inglês).
Tadano negociará a suspensão temporária do embargo às partidas de soja em trânsito entre ambos os países. Ele apresentará um minucioso relatório sobre as medidas até agora adotadas pelo Brasil sobre os níveis de tolerância permitida na certificação da soja brasileira. Além disso, a missão do governo brasileiro reiterará que a edição da Instrução Normativa n 15, publicada no “Diário Oficial da União” no último dia 11 de junho, é uma das mais duras legislações do mercado internacional. Ontem (15/06), o embaixador do Brasil em Pequim, Afonso Celso de Ouro Preto, conversou sobre o assunto com o vice-ministro da Quarentena, Ge Zhirong. “Também diremos às autoridades chinesas que a fiscalização do cumprimento da norma será feita com muito rigor”, diz Tadano.
O secretário também proporá o envio de técnicos chineses ao Brasil para fazer a pré-inspeção nos carregamentos de soja antes dos embarques. Esse procedimento, bancado pelo setor privado, já é adotado pela Rússia nas importações de carnes brasileiras e pelos Estados Unidos nas importações de manga e mamão papaia. Técnicos brasileiros também fazem o mesmo procedimento na Argentina para inspecionar embarques de maçã e pêra.
Exportações A China é um dos principais clientes do complexo soja brasileiro. Entre janeiro a maio deste ano, o país exportou 2,41 milhões de toneladas de soja, com uma receita de US$ 798,8 milhões. Em 2003, a China importou 6,64 milhões de toneladas, o que gerou uma receita de US$ 1,58 bilhão em comparação ao volume total exportado pelo Brasil de 35,9 milhões de toneladas e uma arrecadação de US$ 8,12 bilhões.