Um grupo de representantes do governo de Hong Kong, liderado pelo secretário de Higiene Alimentar e Saúde Animal de Hong Kong, York Chow, visitou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para reforçar e possivelmente ampliar as relações comerciais entre os dois países. A comitiva foi recebida pelo secretário-executivo do Ministério, Milton Ortolan, pelo secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Celio Porto, e pelo diretor da área animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Enio Marques.
Durante encontro, o secretário Célio Porto destacou a grande evolução da participação brasileira no mercado exterior de produtos agropecuários, que vem crescendo a uma média de 14% ao ano “Nos últimos 20 anos, a safra de grãos aumentou 150%, e a área cultivada expandiu apenas 25%. Conseguimos aumentar, ano a ano, a produtividade nas lavouras. Os preços remuneradores também ajudaram a nossa produtividade. E o mesmo acontece na pecuária”.
O secretário Chow perguntou se o Brasil teria condições de abastecer a ilha, em caso de desastres naturais, como o que atingiu o Japão recentemente. Hong Kong importa 95% da comida que consome. “Nós sabemos fazer dinheiro. Não sabemos fazer comida”, brincou. Milton Ortolan assegurou a disposição do Ministério em criar condições necessárias para atender as demandas do país.
Os secretários também debateram questões como segurança alimentar e processos regulatórios. O diretor da área animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Enio Marques, afirmou que o Brasil é o País que mais contribuiu para a segurança alimentar no mundo. “No começo dos anos 70, tínhamos crises de abastecimento. Em cerca de 40 anos, atendemos todo o mercado interno e ainda conseguimos exportar”.
Marques explicou que o Brasil tem um conjunto de normas que regulam a produção e utilização de insumos como fertilizantes, materiais de reprodução de sementes, alimentos para animais, defensivos agrícolas, entre outros. Além disso, o diretor informou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula determinados alimentos e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cuida do cadastro e controle de todos os estabelecimentos rurais. “Tudo isso funciona de maneira integrada”, ressaltou.
Em 2006, Hong Kong criou um Centro de Segurança Alimentar e, há dois meses, foram adotadas regulamentações específicas para o setor. Em 1º de agosto, entram em vigor as novas regras para a importação de alimentos. “No caso brasileiro, não estamos esperando nenhum problema. Todas as embaixadas e os consulados foram informados sobre essas medidas”, afirmou York Chow.
Durante a visita, o grupo também visitou a sede da Anvisa e, nesta terça-feira (10/5), a comitiva viajoupara o Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, a comitiva acompanha o processo de produção e fiscalização dos frigoríficos locais.
Intercâmbio comercial agrícola
Em 2009, as exportações agrícolas brasileiras para Hong Kong cresceram 11,8% e atingiram a cifra de US$ 1,54 bilhão. O valor representou mais de 80% das exportações totais brasileiras para o país. As vendas concentraram-se basicamente nas carnes, que tiveram aumento de US$ 1,33 bilhão para US$ 1,49 bilhão, entre 2008 e 2009.
A carne bovina é o principal produto de exportação para Hong Kong, com receita de US$ 612 milhões em 2009. O volume comercializado de carne bovina aumentou de 162,3 mil toneladas em 2008 para 207,4 mil toneladas em 2009. A carne de frango in natura ocupa a segunda posição dentre os principais produtos exportados, com US$ 587,5 milhões. A quantidade exportada de carne de
frango subiu, em 2009, para 427,2 mil toneladas (+2,9%). Já a carne suína teve aumento de 13% na quantidade exportada, de 107,9 mil toneladas, em 2008, para 122, mil toneladas, em 2009, o que gerou divisas da ordem de US$ 225,1 milhões.