Redação SI 05/08/2003 – O Brasil retoma hoje a busca pelo mercado americano para a carne in natura, com a chegada de uma missão sanitária dos Estados Unidos. Desde 1999, o País tenta exportar este produto para aquela região. A equipe vistoriará frigoríficos e unidades de fiscalização em cinco estados brasileiros. A visita encerra-se na próxima segunda-feira, dia 11, com uma reunião em Brasília.
A estimativa do governo brasileiro é que o Brasil comece a exportar carne in natura a partir do ano que vem, com perspectiva de venda de 20 mil toneladas/ano. Na avaliação do setor produtivo, a exportação deste tipo de carne aos Estados Unidos pode significar a entrada no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), bem como a abertura de novos mercados. Atualmente, o País exporta para os Estados Unidos apenas carne industrializada – foram US$ 118,7 milhões no ano passado.
“É um volume pequeno, comercialmente falando, mas podemos nos beneficiar indiretamente por meio da abertura de outros mercados”, avalia Paulo Mustefaga, assessor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O coordenador do Programa Sanitário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jamil Gomes, também admite que muito mais do que o volume é o reconhecimento dos Estados Unidos. “É chave para todo o mundo”, diz.
A comercialização de carne in natura com os Estados Unidos é um sonho acalentado há algum tempo pelo Brasil. As negociações iniciaram há quatro anos e foram suspensas por causa da ocorrência de febre aftosa no Rio Grande do Sul, em 2000. A retomada das negociações ocorreu em abril do ano passado, quando o Brasil enviou às autoridades americanas os documentos referentes à análise de risco sanitário. Em novembro de 2002, uma equipe do Nafta esteve no País iniciando o estudo desta análise de risco, que se conclui agora.
Além disso, em maio passado, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, esteve nos Estados Unidos e agendou a vinda da missão. Gomes, no entanto, não sabe precisar o tempo que os americanos podem demorar em concluir seus estudos e enviar um relatório final para o Brasil.
As vistorias da equipe começam amanhã, quando serão visitados frigoríficos em Mozarlândia (GO), em Campo Grande e Nova Andradina (MS). A equipe será dividida em dois grupos. Após a vistoria no Centro-Oeste, parte da missão segue para o Norte e outra para o Sul. Em Rondônia, o grupo irá vistoriar postos de fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Um dos objetivos é verificar como é feito o controle na fronteira.
Por isso, serão visitadas unidades nas fronteiras com a Bolívia e também com a Argentina e Uruguai pelo grupo que ruma para o Sul do País. Também serão dada atenção para o sistema sanitário no Rio Grande do Sul, onde ocorreu aftosa em 2000, e em Rondônia, declarado livre da doença, com vacinação, em maio passado. As duas equipes vistoriarão ainda o porto de Santos, encerrando a visita com uma reunião em Brasília, na próxima segunda-feira, dia 11.