Abertura do mercado japonês pode dobrar a produção do segmento no Estado. Entre os dias 28 de agosto e 3 de setembro, Santa Catarina recebe uma missão técnica oficial do Governo do Japão para auditar o sistema sanitário na produção de suínos. Único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina espera há mais de 30 anos a abertura do mercado japonês para a exportação de carne suína, o que pode dobrar a produção do setor. Atualmente o Japão é o país que mais importa carne suína no mundo, em um total de 1,3 milhão toneladas/ano e é o que melhor paga por esse produto.
O governador Raimundo Colombo e o presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, vêm mantendo contato com o Governo do Japão para realizar a visita e, posteriormente, formalizar o acordo de exportação da carne suína catarinense. Atualmente o Estado produz 750 mil toneladas/ano de carne suína, exporta 250 mil para outros países, e tem um consumo interno de 500 mil, metade destes apenas para o mercado catarinense.
Etapas – De acordo com Enori Barbieri, algumas etapas do acordo já foram cumpridas, como a aprovação de Santa Catarina pela Organização Internacional de Epizotias (OIE), com sede em Paris e que determina normas de comércio internacional sanitário. “Cada país importador, além da aprovação da OIE, exige sua auditoria particular ou pessoal.” Apesar disso, o presidente da Cidasc faz a ressalva de que o Estado liberado não significa que o negócio já está feito. “A partir do momento que SC estiver apta a vender para o Japão são necessárias as missões internacionais e os entendimentos comerciais entre as empresas catarinenses e japonesas.”
Expectativas – Ainda em função dos problemas com o tsunami, o Japão passa por dificuldades de abastecimento, e a expectativa do governo é que ainda em 2011 sejam exportadas cerca de 100 mil toneladas. “Esperamos conquistar de 30% a 40% do mercado japonês, que corresponde algo em torno de 400 mil toneladas/ano, o que nos daria a oportunidade de dobrar a produção de carne suína” explica Barbieri. Como as exigências sanitárias da Coréia, terceiro país importador no segmento (400 mil t/ano), são as mesmas do Japão, espera-se que a abertura do mercado coreano também seja facilitada. A Rússia, segundo país importador de carne suína (750 t/ano), já é atendida por Santa Catarina.