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Missão Mato Grosso

Missão Mato Grosso: Fazenda Mano Júlio é destaque no Estado pelo reaproveitamento do dejeto suíno que produz

A propriedade faz parte do sistema integrado da BRF de Lucas do Rio Verde.

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Um exemplo de eficiência e diversificação de produção. Essa é a Fazenda Mano Júlio, dos irmãos Marino e Paulo Franz, localizada em Ipiranga do Norte (MT), que tem como pilar a sustentabilidade para agregar valor na produção. A propriedade faz parte do sistema integrado da BRF de Lucas do Rio Verde e foi visitada pela equipe do projeto da Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono durante a missão ao estado do Mato Grosso.

A Mano Júlio tem como uma das prioridades o aproveitamento dos dejetos dos suínos, possibilitando a produção de biofertilizantes, a fertirrigação e a produção de energia limpa e renovável. Em 2003 foi instalada a primeira granja de terminação de suínos com capacidade para 6.900 animais por lote. À época, a ração utilizada era composta por silagem de milho grão úmido produzida na própria fazenda em cerca de 500 hectares de lavoura safrinha.

Hoje a fazenda conta com uma estrutura diversificada de produção e com dados significativos para o estado do Mato Grosso. Possui 35 mil hectares de lavouras de soja, milho, algodão e pastagens. Na suinocultura, a propriedade possui 18 mil matrizes suínas no sistema de integração, que produzem anualmente 500.000 leitões de 26,50 Kg. Anualmente, cerca de 290 mil animais são terminados na propriedade, distribuídos em 23 núcleos de terminação com capacidade estática de 4500 suínos por núcleo no sistema de integração. Parte da produção de grãos é utilizada na propriedade na criação de bovinos de corte em confinamento com uma produção anual de 27.000 bois.

A produção e o aproveitamento dos subprodutos de uma atividade possibilitam o início de uma nova, gerando um ciclo autossustentável e 100% aproveitável, em que as atividades se complementam.

Ao todo são 47 biodigestores que atualmente geram 1000 KVA de energia elétrica. Acredita-se que seja possível quadruplicar a geração de energia elétrica com a inclusão de novos motores, tornando a fazenda autossuficiente e reduzindo seus custos de produção. Além disso, o tratamento dos dejetos proporciona a geração de biofertilizantes, que são utilizados em 500 hectares de lavoura irrigada em pivô central por meio da fertirrigação. Três pivôs estão sendo utilizados em culturas anuais como soja, milho e feijão, totalizando 320 ha. Outros pivôs de 65 ha estão ocupados com pastagem utilizada para a produção leiteira. Além disso, a fazenda utiliza um pivô com pastagem para a criação de bois no sistema de semi-confinamento.

Além da suinocultura, a Fazenda Mano Júlio também trabalha com avicultura de corte, produzindo 3,3 milhões de frangos anualmente, além de granjas de produção de ovos férteis, que produzem em torno 44 milhões de ovos ao ano. Os dejetos sólidos destas atividades são incorporados anualmente nas terras destinadas à lavoura.

Outra atividade desenvolvida na propriedade é a bovinocultura de leite, em que são produzidos 4.500 litros de leite por dia numa área de 150 ha de pastagem de Mombaça e Tifton no sistema de pastejo rotacionado. Nesta área, são utilizados dejetos de suínos distribuídos por canhões auto propelidos e pivô central.

Segundo o gerente da fazenda, Ismael Donato Gross, o projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono está totalmente associado aos projetos da propriedade, pois não tem como pensar em suínos sem ter biodigestores. “Quando o dejeto passa pelos biodigestores torna um dejeto líquido de uso para a irrigação ou fertilização do solo. Em troca, tem o biogás que faz a energia e é aplicado em toda a suinocultura, uma atividade que exige grande consumo energético. O projeto é viável e necessário para o pequeno e médio produtor e é uma excelente forma de ter viabilidade econômica, sendo autossustentável, uma vez que não precisa de energia de fora fazenda. Ele mesmo produz a própria energia”, destaca. 

“Acreditamos que numa fazenda as atividades se complementam e de certa forma dependem uma das outras. Assim, conseguimos extrair o máximo potencial econômico de uma produção primária, porém vertical e sustentável”, ressalta o administrador da fazenda, Leonardo Cipolatt.