Uma missão composta de técnicos da União Européia (UE) chega a Mato Grosso no próximo dia dois de março para auditar fazendas e plantas frigoríficas habilitadas a exportar carne in natura para o mercado europeu. O objetivo é verificar se as exigências do sistema de rastreabilidade bovina vem sendo cumpridas pelas indústrias e propriedades credenciadas, com vistas a manter a relação comercial com Mato Grosso. Seis técnicos integram a missão.
De acordo com Patrícia Cristina Borges Dias, da área do Sisbov (Sistema de Rastreabilidade Bovina) da Superintendência Regional do Mapa e coordenadora do programa em Mato Grosso, a visita ao Estado deverá durar uma semana. Além de Mato Grosso, outros Estados – como Mato Grosso do Sul e Goiás – também deverão ser incluídos na agenda dos europeus, que permanecerão no Brasil até o próximo dia 15 de março. Atualmente, 338 propriedades estão aptas a exportar para a UE. Os técnicos vão checar a situação das propriedades enquadradas no Sisbov, o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina – condição número um para quem quer exportar carne in natura para o bloco europeu – e verificar a situação sanitária com vistas a confirmar a origem da carne e a manutenção das relações comerciais com a Europa.
Fonte ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que por uma “questão estratégica” o órgão não pode adiantar os nomes das propriedades a serem visitadas. “A missão será composta por duas equipes, cada uma devendo visitar pelo menos dois Estados. Mas não podemos informar agora quais os municípios [a serem visitados], muito menos os nomes das propriedades e as plantas frigoríficas”.
De acordo com o Mapa, 11 plantas de Mato Grosso estão habilitadas a exportar carne in natura para a União Européia dentro das normas da rastreabilidade.
São cinco do grupo Friboi – localizados nos municípios de Cuiabá, Barra do Garças, Pedra Preta, Araputanga e Quatro Marcos – dois do grupo Marfrig (Tangará da Serra e Paranatinga), além das unidades da Perdigão (Mirassol D’Oeste), Sadia (Várzea Grande), Frialto (Sinop) e Mataboi (Rondonópolis).
Exigências – O objetivo da rastreabilidade é identificar, registrar e monitorar, individualmente, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. Entre as exigências previstas no programa de rastreabilidade está a adoção de brincos ou chips eletrônicos para a identificação dos bovinos, bem como o seu registro por um período mínimo de 90 dias na base de dados do Mapa.
De acordo com o Mapa, as normativas do Sisbov aplicam-se a todas as propriedades rurais de criação de bovinos e bubalinos interessadas a exportar para a Europa e às indústrias frigoríficas que processam esses animais, gerando produtos e subprodutos de origem animal e resíduos de valor econômico, e às entidades credenciadas pelo Mapa como certificadoras.
o Sisbov é o conjunto de ações, medidas e procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos provenientes dessa exploração econômica.
A rastreabilidade prevê um rigoroso controle de certificação do rebanho, que envolve a identificação dos animais. A adesão ao Sisbov é voluntária para os produtores rurais, porém será obrigatória somente em caso de comercialização de carne bovina e bubalina para mercados que exigem a rastreabilidade, como a União Européia.