Complexo de carnes equilibra as exportações do agronegócio em Mato Grosso. Os embarques internacionais de carnes bovina, suína e de aves produzidas no Estado asseguraram as vendas externas que ainda assim registraram queda de 1,67% entre janeiro a novembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta segunda-feira (13), as exportações mato-grossenses de produtos agropecuários totalizaram US$ 7,674 bilhões, ante a US$ 7,804 bilhões registrado nos primeiros 11 meses de 2009.
As carnes aumentaram 37,99%, passando de US$ 743 milhões (300 mil toneladas) para US$ 1,026 bilhão (363 mil toneladas) de um ano para outro. Já o complexo de soja, principal produto da pauta de exportações mato-grossense, pontuou com redução de 14,81% neste ano, de US$ 5,826 bilhões (14,4 milhões de toneladas) para US$ 4,963 bilhões (13 milhões de toneladas).
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Luis Freitas, o desempenho das exportações de carne está abaixo da capacidade produtiva do Estado. Ele explica que a quantidade de produção tem sido maior do que o volume embarcado ao exterior. Freitas entende que o consumo de carnes no mercado brasileiro teria condição de expandir. “Dessa forma, equilibrando exportações e consumo interno”. Conforme ele, o consumo de carnes no país é de aproximadamente 37 quilos por pessoa ao ano.
O presidente do Sindifrigo-MT pontua que a organização do segmento industrial da carne contribui para os números positivos. Ele afirma que as indústrias mato-grossenses estão focadas em atender o mercado externo conforme suas características e exigências. Essa preocupação reflete nos indicadores da exportação do agronegócio mato-grossense, que apontam aumento de 41,5% nos embarques de carne bovina, elevando as receitas de US$ 479 milhões (151 mil toneladas) para US$ 678 milhões (178 mil toneladas). As vendas de frango cresceram 34,54%, subindo de US$ 203 milhões (119 mil toneladas) para US$ 273 milhões (157 mil toneladas). Já a carne suína evoluiu 23,60% aumentando de US$ 54 milhões (26,3 mil toneladas) para US$ 67 milhões (24,5 mil toneladas) neste ano.
Por outro lado, as exportações do complexo soja diminuíram, em função da queda dos embarques do óleo de soja que totalizaram US$ 265 milhões, o equivalente a 315 mil toneladas neste ano, contra US$ 313 milhões e 401 mil toneladas no ano passado. Conforme o levantamento do Mapa, a soja em grão também registra redução nas exportações, de US$ 4,138 bilhões (10,4 milhões de toneladas) para US$ 3,243 bilhões (8,5 milhões de toneladas. Já o farelo de soja apresentou leve incremento, de 5,79%, passando de US$ 1,373 bilhão (3,5 milhões de toneladas) para US$ 1,453 bilhão (4,1 milhões de toneladas). O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, explica que a redução nas exportações de óleo de soja pode significar um aumento no consumo do produto no mercado interno. Ele acrescenta que a produção do biodiesel de soja vem aquecendo a economia do setor.
Nacional – A exportações do agronegócio brasileiro renderam US$ 70,3 bilhões de janeiro a novembro deste ano. O valor é 17,7% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2009 e, com apenas 11 meses, próximo ao recorde de todo o ano de 2008, quando as exportações totalizaram US$ 71,8 bilhões. A expectativa do Mapa é que as vendas externas superem US$ 75 bilhões em 2010.
Os resultados dos últimos 12 meses (dezembro de 2009 a novembro de 2010) totalizaram US$ 75,3 bilhões, ultrapassando o recorde de 2 anos atrás. A diferença entre as exportações e as importações do setor é de US$ 58,2 bilhões entre janeiro e novembro, mais de US$ 7,3 bilhões que o registrado nos 11 meses de 2009. No ano, o complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol) foi o que mais cresceu em receita, com aumento de 44,6% e exportações no valor de US$ 12,6 bilhões, conforme o Mapa.