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Agronegócio

Mudanças na Lei de Recuperação Judicial podem afetar financiamento do agronegócio

Mudanças na Lei de Recuperação Judicial podem afetar financiamento do agronegócio

As recentes alterações na Lei de Recuperação Judicial e Falência aprovadas pela Câmara dos Deputados podem impactar significativamente o financiamento privado ao setor agropecuário brasileiro.

A análise, conduzida pelo Instituto Brasileiro do Direito do Agronegócio (IBDA), aponta que as modificações relativas às garantias e recebíveis de títulos agrícolas, como Cédulas de Produto Rural (CPR) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), preocupam os principais credores do setor, como tradings, que preveem um encarecimento do crédito e uma desvalorização de alguns instrumentos financeiros.

O cerne da controvérsia gira em torno da nova definição de “ativos essenciais”, que, segundo o IBDA, agora pode incluir produtos agrícolas como soja e milho. Essa ampliação da proteção legal, ao prevenir o arresto desses ativos para pagamento de dívidas, introduz incertezas nas operações de recuperação judicial, potencialmente prejudicando a eficácia de instrumentos de financiamento setorial da cadeia de grãos.

A alteração legislativa também gera preocupação entre representantes do setor agroindustrial, como André Nassar, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que critica a rapidez com que o projeto de lei 3/2024 foi votado e aprovado.

Nassar alerta para as consequências dessas mudanças no fluxo de financiamentos no campo, indicando uma possível retração nas operações de barter e pagamentos antecipados, até que o impacto das novas regras seja plenamente compreendido.

Essas alterações legislativas, se confirmadas após a avaliação do Senado, poderão reconfigurar o panorama de crédito no agronegócio, desafiando o setor a adaptar-se a uma nova realidade jurídica e financeira.