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Consumo

Mundo quer carnes

Demanda mundial por carnes terá crescimento acentuado em 10 anos, puxado principalmente pelos países asiáticos.

Mundo quer carnes

O crescimento do consumo mundial de carnes, puxado principalmente pelos países asiáticos, abre espaços para a inserção mais forte dos produtos brasileiros nos grandes mercados consumidores, gerando novas oportunidades de negócios no país.

Segundo o especialista em Finanças Internacionais e apresentador do programa Manhattan Connection (GNT/Globaosat), Ricardo Amorim, a demanda mundial por carnes terá um crescimento sem precedentes nos próximos 10 anos, deixando em aberto a possibilidade de expansão de alguns setores. “A grande oportunidade não está em carnes bovinas, mas em frangos e suínos”, lembrou Amorim, que veio a Cuiabá para participar do 6º Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec) e proferir palestra sobre a “Visão macroeconômica na agropecuária”.

Ele disse que o Brasil deve aproveitar as oportunidades no mercado de carnes, lembrando que o desafio é lidar com as dificuldades fora da porteira. “O produtor é muito eficiente da porteira para dentro, mas na hora de comercializar a produção ele não tem o conhecimento necessário e o domínio do mercado. Ele precisa desenvolver ferramentas de gerenciamento que os coloque em uma posição mais privilegiada no momento de vender seu produto”.

Amorim destacou o crescimento da Ásia, apontando que esse mercado – representado pela China, Índia, Japão, Coréia, Indonésia, Filipinas, Malásia e Taiwan – é responsável hoje por 65% do consumo mundial de carnes. “Olhando para a Ásia, vemos que lá é que está o grande mercado consumidor mundial”.

De acordo com o economista Guilherme Bellotti de Melo, analista do Banco Rabobank, a demanda de carnes e aves será maior, “mas o mercado de bovinos também se colocará como grande opção para o mercado brasileiro. Isso quer dizer que o produtor necessita ser cada vez mais eficiente para ser competitivo da porteira para dentro, com custos de produção mais baixos”.

Segundo ele, o acesso à extensão tecnológica e mecanismos de comercialização são essenciais para que Mato Grosso – detentor do maior rebanho bovino comercial do país – continue crescendo neste segmento.

Na sua palestra durante a Enipec, o especialista Ricardo Amorim destacou a necessidade de os produtores se “juntarem em cooperativas” como forma de enfrentar a concorrência mundial. Afirmou que Mato Grosso é um dos “beneficiados do processo por ser um grande celeiro de alimentos”.

Famato – O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Prado, diz que o produtor deve aproveitar as oportunidades que estão surgindo com o crescimento da demanda mundial por alimentos. “Os preços internacionais da soja estão em um bom patamar, porém o produtor deve estar atento para a volatilidade do mercado e procurar travar os preços com antecedência para não ter prejuízos”, afirmou. Segundo ele, o produtor tem que fazer compra casada de insumos com a soja verde.

Prado afirmou que o desafio é intensificar a oferta de produtos e saber aproveitar as oportunidades de consumo principalmente no mercado asiático.

Sobre a volatilidade dos preços internacionais, disse que o produtor precisa conhecer os recursos disponíveis e estar atento às combinações de preços para que a rentabilidade seja alcançada com mais eficiência da porteira para fora.

Na opinião do pecuarista Zeca D’Ávila, ex-presidente da Famato, uma das alternativas é baixar custos e trabalhar com mais racionalidade o manejo do rebanho, gastando apenas o essencial para a manutenção da atividade.