Redação (17/04/06)- A Organização Mundial do Comércio (OMC) entra nesta semana na etapa decisiva de suas negociações para a abertura dos mercados agrícolas e de produtos industriais. Para vários diplomatas consultados, caso não haja nenhuma demonstração de flexibilidade por parte dos governos nas reuniões que começam amanhã, em Genebra, a OMC corre o sério risco de perder o prazo estipulado de fim de abril para chegar a acordo sobre o ritmo dos cortes de tarifas e subsídios.
Em dezembro de 2005, a OMC se reuniu em Hong Kong para tentar um acordo sobre a liberalização. Mas, diante de um forte desentendimento entre europeus, americanos e os países emergentes, estabeleceu-se novo prazo para que o acordo fosse fechado. Os governos estipularam o fim de abril como novo limite para entendimento. Os ministros que estiveram em Hong Kong voltariam à reunião da OMC, em Genebra, para concluir o que ficou faltando ser fechado em dezembro.
No entanto, faltando menos de 15 dias para o prazo expirar, as posições dos países continuam distantes. Brasil e Estados Unidos insistem em que os europeus precisam apresentar nova oferta de abertura de seu mercado para produtos agrícolas. Já Bruxelas insiste em que o Brasil não pode cortar em apenas 50% suas tarifas para a importação de bens industriais.
Nas últimas semanas, os europeus deram indicações que poderiam flexibilizar certas condições para a entrada de produtos sensíveis, como algumas carnes e leite. Mas, para o Brasil, a proposta ainda é insuficiente.