A negociação entre o Brasil e a Rússia envolvendo carnes não teve desfecho. Em reuniões em Moscou, uma barganha com trigo não se materializou ainda. Representantes da indústria de moagem do Brasil acompanharam a delegação brasileira à capital russa, sinalizando o interesse em importar trigo. Por seu lado, os russos não garantiram a volta de uma cota de 50 mil toneladas para a carne suína. Moscou fez redistribuição das cotas para carne bovina, mas os brasileiros dizem que o problema é para suínos e frango. Os russos dizem que seguem “estudando” uma saída.
A pressão brasileira vai continuar também em Genebra, quando a ministra russa da agricultura irá à Organização Mundial do Comércio (OMC) no dia 26 de maio, tentar acelerar o processo de entrada do país na entidade. O Brasil condiciona seu apoio final aos russos à obtenção de melhor acesso para as carnes naquele mercado.
O ministro da Agricultura, Reinold Sthepanes, decidiu ir a Moscou nos dias 3 e 4 de junho para insistir na cobrança de melhora das cotas de carne este ano e na cobrança de apenas tarifas, sem limite de volume, em 2010. Para o Brasil, se for para manter cotas em 2010, que seja aberta a todos os países e não geograficamente. Isso favoreceria os mais competitivos, ao invés de manter cartórios para certos produtores americanos e europeus, como acontece hoje.
Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), disse que o setor privado “está satisfeito com a firme posição” que o governo tomou na negociação com a Rússia e espera resultados.