O economista Samuel De Abreu Pessoa voltou a afirmar, nesta segunda-feira (04/08) no XIII Congresso Nacional do Agronegócio, realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, que o índice médio de crescimento no Brasil, ao final do período Dilma Rousseff, é de 1,7 pontos percentuais. O índice anual deve ser de 0,6%. Na última quinta-feira (31/7), GLOBO RURAL já havia adiantado a visão do economista em relação a atual política econômica do país.
Pessoa reforçou que o atual governo está “forçando a barra” e gerando riscos para o país. “O governo Dilma está caminhando contra as políticas institucionais que foram desenvolvidas a partir de 2002”, diz. Segundo ele, foi a partir deste ano que o Brasil começou a desenvolver políticas institucionais. “O primeiro mandato do presidente Lula consolidou esse desenvolvimento, mas desde 2011, este trabalho está sendo desconstruído”.
Em uma análise macroeconômica, Pessoa diz que a situação do Brasil atual é triste. “Controlar juros na marra gera consequências para a economia e na véspera das eleições, essa situação não deve mudar”, explica. “Isso prejudica diretamente” por exemplo, a agro-industria do etanol, pois segurando os juros dessa forma, o governo segura o preço da gasolina, torna a competitividade com o etanol inviável e prejudica todo um setor”.
Para o economista, o ano de 2014 deve encerrar com um índice de inflação, também controlado, de 6,5%, quando a taxa ‘real’ gira em 8,5%. Já 2015 deve ser cauteloso para que reajustes cambiais sejam feitos, com uma transição política ou não. “Em médio prazo, a trajetória do câmbio tende a ser para cima, é um equilíbrio natural”.