Depois da liberação das importações de milho transgênico dos Estados Unidos, o setor produtivo e a cadeia de proteína animal querem a isenção de impostos para baratear o produto e viabilizar a entrada do cereal. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sugeriu a redução temporária do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), imposto cobrado sobre importações que chegam ao Brasil por meio de navegação de longa distância.
Segundo ele, os custos das cargas de milho com a cobrança nesses trajetos aumentam 25%. Com os preços do grão ainda em alta no mundo, a isenção até o fim de 2021 seria determinante para viabilizar a entrada do cereal americano no país, afirmou Lucchi.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, defendeu também a isenção da cobrança de 9,25% da alíquota de PIS/COFINS sobre o milho importado. A desoneração, segundo ele, pode beneficiar os pequenos criadores, que não exportam e não podem aproveitar do mecanismo de drawback, há um dia pelo qual exportadores têm tributos sobre insumos importados suspensos ou isentos já que estão vinculados à produção de algum item nacional para exportação.
O diretor-executivo da Associação de Avicultores do Espírito Santos, Nélio Hand, disse que o custo do milho no Estado, de cerca de R$ 110 por saca, é o mais elevado do país e que o movimento de alta está forçando o encerramento da atividade de pequenos criadores. Ele reclamou também que os preços do cereal sofrem “forte influência especulativa”.
Segundo o dirigente, em 2020, eram necessárias 17 dúzias de ovos para comprar uma saca de milho. Hoje, o índice está em 27 dúzias. Também piorou a relação de troca do cereal por carne. No ano passado, eram necessários 11 quilos de frango ou suíno para comprar uma saca do grão. Atualmente, o número está em 15 quilos.