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Economia

Nota maior, risco menor

<p>A agência de classificação de risco Moody's já prepara alta da nota do País, após revisão das contas do governo.</p>

O governo espera para os próximos dias a concessão de grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody’s. A expectativa da melhora da nota alimentou rumores de que o Brasil voltará ao mercado internacional com nova captação de recursos por meio de títulos da dívida externa.

A Moody’s está revisando as contas do governo brasileiro e já deu sinais de que vai conceder o grau de investimento. É a única das três grandes agências que ainda não elevou a nota do Brasil, já que a Standard & Poor?s e a Fitch deram o grau de investimento ao País no ano passado, antes do agravamento da crise mundial.

O vice-presidente da Moody’s e principal analista do Brasil da agência de rating, Mauro Leos, disse à Agência Estado que “todos os dados relativos ao nível de atividade do Brasil (divulgados desde julho) confirmam os sentimentos positivos” que levaram a empresa a iniciar um processo de revisão do rating do País para possível investment grade. “As evidências econômicas de hoje reforçam a mensagem de que a recuperação da economia está ocorrendo antes do esperado e possivelmente de forma mais forte.”

Um dia depois de se reunir com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em Nova York, Mauro Leos afirmou que a reunião do Comitê de Rating da Moody’s, que pode conceder upgrade ao Brasil, deve ocorrer em “alguma data em setembro”. Na agência, o humor dos analistas em relação ao País está favorável para o upgrade da nota Ba1 para Baa3, o primeiro grau de investment grade para a dívida externa em reais e em moeda estrangeira.

Na opinião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a decisão da Moody’s virá num momento adequado, após o Brasil ter passado bem pela prova da crise financeira internacional.

Leos destacou que os mercados financeiros doméstico e internacional “estão mostrando claramente uma avaliação muito positiva” sobre o desempenho do Brasil em relação a outros países ante os efeitos da crise global. Ele destacou que, desde 6 de julho, quando a Moody’s colocou em revisão as notas do País, todas as estatísticas relativas ao nível de atividade, entre elas produção industrial, vendas no varejo e desemprego, indicam que a economia mostrou “resiliência a choques”.

Em julho, a taxa de desocupação medida pelo IBGE atingiu 8%, marca inferior à mediana de 8,35% apurada pelo AE-Projeções entre especialistas. Além disso, os investimentos diretos estrangeiros acumularam no mês passado US$ 39,05 bilhões em 12 meses, ou 2,94% do PIB. O Ibovespa atingiu na segunda-feira 57.775 pontos, o maior nível desde 31 de julho do ano passado. As reservas internacionais estão em US$ 214,85 bilhões, cerca de US$ 10 bilhões acima do nível de agosto de 2008, um mês antes do agravamento da crise global.

Sobre a reunião com Meirelles em Nova York, Leos afirmou que rotineiramente a Moody’s pensamento estratégico dos formuladores das políticas. “O encontro com Meirelles adicionou importantes elementos para uma análise abrangente sobre as perspectivas atuais e futuras do Brasil relativas a crédito”.