Redação (20/10/06) – Os negociadores também costuram novos acordos com importadores considerados referência no mercado internacional.
No início de novembro, o ministro Luís Carlos Guedes Pinto viajará a Santiago para derrubar o embargo chileno à carne bovina dos Estados de Rondônia e Acre. Em junho deste ano, o governo do Chile liberou apenas as importações de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Temos um compromisso prévio de explicar o andamento dos trabalhos de erradicação da aftosa aqui para estender a liberação a outros Estados”, diz o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Gabriel Maciel.
O governo federal também voltará a tentar a reabertura do mercado da Rússia à carne suína. A tática, agora, será solicitar a extensão da recente reabertura parcial à carne bovina de São Paulo e Goiás para os suínos. A tentativa incluirá um pedido para reabilitar a produção de Santa Catarina.
Uma missão brasileira negociará, em Moscou, um mecanismo de monitoramento bilateral do fluxo de comércio de carnes, proposta ainda na gestão do ex-ministro Roberto Rodrigues. O Brasil quer restringir a análise ao suínos, mas os russos insistem em ampliar para todas as carnes. “Esse mecanismo vai ajudar muito a nossa relação”, avalia o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto.
Recentemente, o setor privado russo propôs a fixação de uma cota anual de 300 mil toneladas de carne suína. O lado brasileiro não se interessou pela proposta. As conversas na Rússia vão abordar a criação de um comitê consultivo na área agrícola e rediscussão do acordo sanitário bilateral que prevê embargos de até dois anos a Estados com problemas sanitários e um ano para as unidades vizinhas.
Quinta maior importadora de carnes brasileiras, a África do Sul terá um tratamento preferencial. O ministério está concluindo a tradução das respostas a um questionário do parceiro. “Depois disso, devemos receber uma missão técnica sul-africana”, informa Porto.
Para ampliar as negociações a países mais protecionistas, uma força-tarefa do ministério visita desde o início desta semana os representantes dos governos de Japão e Coréia em missão técnica. Pela primeira vez, os japoneses aceitaram discutir o modelo de regionalização adotado pelo Brasil para separar o país em áreas livres e de risco para a febre aftosa. A missão prepara o ambiente para a eventual assinatura de um acordo pelo ministro Guedes Pinto, que deve visitar os países asiáticos no fim de novembro. “O Japão é rigoroso e uma referência mundial em sanidade”, diz Porto.
Na volta da viagem à Ásia, o ministro da Agricultura deve visitar o México para estabelecer acordos bilaterais para o comércio de suínos, frangos, lácteos e, talvez, frutas tropicais. Uma missão técnica estará no país para avançar em negociações prévias. “O México é um mercado muito importante, porque está no Nafta e só decide de acordo com EUA e Canadá”, diz o secretário Gabriel Maciel.