A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) pretende concluir até fevereiro a proposta de um novo modelo de política agrícola para o País. A ideia é estabelecer um texto básico a ser negociado com o próximo governo federal e com os novos integrantes do Congresso Nacional. O cronograma foi definido em reunião das comissões de Cereais, Fibras e Oleaginosas e de Crédito da CNA na Expointer.
No encontro, também foram organizados grupos de trabalho para se debruçar sobre os pilares da proposta que deve conter mecanismos de garantia de renda, seguro rural e solução do passivo da agricultura, explica o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Na sua avaliação, grande parte dos agricultores brasileiros não sobreviverá economicamente à manutenção da política agrícola atual. Um dos problemas mais agudos é a dificuldade de acesso ao crédito. Segundo Gedeão, no RS, apenas 36% dos produtores de soja conseguem tomar dinheiro por meio das linhas públicas. Com isso, o produtor se vê obrigado a tomar dinheiro junto às tradings. No Mato Grosso, o problema é maior, pois apenas 10% conseguem verba em condições diferenciadas, acrescenta o presidente da Comissão de Cereais da CNA, José Schreiner.