Redação 10/08/06 – Balanço divulgado ontem (09/08) pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) mostra que os embarques de carne suína recuaram 35,3% em julho para 39.386 toneladas, na comparação com as 60.873 toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita das exportações recuou 32,1% de US$ 116,3 milhões para US$ 79 milhões no período.
No acumulado de janeiro a julho os embarques recuaram 29% para 251.167 toneladas, ante 352.735 toneladas no mesmo intervalo de 2005. A receita caiu 27% para US$ 489 milhões, ante US$ 669 milhões em 2005.
O resultado negativo foi amenizado pela suspensão do embargo da Rússia à carne do Rio Grande do Sul, em abril, e pelo crescimento das exportações para alguns mercados como Hong Kong e Cingapura, 23% e 75% mais no acumulado do ano, respectivamente.
O embargo da Rússia à carne suína de alguns estados brasileiros continua como o principal motivo para a continuidade da queda no desempenho comercial do setor, informa a Abipecs.
Hoje a Rússia suspendeu o embargo contra as importações do Mato Grosso, que tem apenas uma unidade produtora de carne suína. Pedro Camargo Neto, presidente da Abipecs, se disse perplexo com a falta de consistência técnica do governo russo, já que as importações de Santa Catarina, maior produtor brasileiro de suínos, não foram liberadas. Santa Catarina, assim como Mato Grosso, é um estado livre de febre aftosa. “A Rússia continua surpreendendo. Não compreendemos ainda a consistência técnica da medida”, afirmou Camargo Neto. O impacto da reabertura do Mato Grosso para a Rússia deve ser mínimo, segundo o executivo.
A missão composta por dois veterinários russos está no Brasil desde a terça-feira passada visitando alguns estados para inspecionar o combate à febre aftosa. Os técnicos passaram pelo Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, vão a Pernambuco e devem terminar a viagem na próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro. O país suspendeu a compra de carne suína brasileira no final do ano passado depois de diagnosticados focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná.