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Economia / México

Novos impostos para alimentos desafiam grandes empresas

Intenção do governo é combater combater obesidade e diabetes tipo 2.

A recente aprovação de impostos especiais no México para bebidas com açúcar e para junk food (alimentos com alto teor calórico mas com níveis reduzidos de nutrientes) deve impor um desafio a algumas das maiores empresas de alimentos e bebidas do país.

A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada um imposto de 5% sobre certos alimentos embalados como creme de amendoim e cereais matinais. Além disso, foi aprovado um imposto de 1 peso mexicano (cerca de US$ 0,08) por litro de bebida com açúcar.

Esses impostos, que fazem parte de um esforço do governo para combater a obesidade e o diabetes tipo 2, representam um grande desafio para companhias como Coca-Cola, Kellog’s e Nestlé. O México é o maior consumidor per capita de produtos da Coca-Cola no mundo e a América Latina é a região mais lucrativa para a empresa após a Europa.

Segundo pessoas com conhecimento do assunto, o executivo-chefe da Coca-Cola, Muhtar Kent, estava preocupado com a questão e chegou a telefonar para o presidente mexicano, Enrique Pena Nieto, e o ministro das Finanças, Luis Videgaray, nas últimas semanas. De acordo com as fontes, o ministro Videgaray disse ao executivo que o México tomaria decisões de seu próprio interesse.

“Um imposto sobre bebidas é ineficaz para combater um problema complexo como a obesidade”, disse a Coca-Cola em comunicado na última sexta-feira, 18/10. “Para mudar o comportamento de maneira eficaz, as pessoas devem entender que todas as calorias contam, independentemente da fonte – e isso inclui nossas bebidas calóricas também”, disse a companhia.

O México é o nono maior mercado mundial para alimentos processados. No ano passado, representou o terceiro maior mercado para a PepsiCo em termos de receita. Para a empresa de alimentos Mondelez, que fabrica os biscoitos Oreo e os chocolates Cadbury, a América Latina representa 15,8% das vendas totais.

Os impostos podem afetar o consumo, mas não devem ter um impacto grande nas receitas de grandes multinacionais, segundo analistas. “A pergunta é se este será o primeiro de muitos países a fazer isso”, observou Jonathan Feeney, analista da Janney Capital Markets.