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O que esperar da economia em 2003?

Veja o que diz o economista e diretor/presidente da Agência Dinheiro Vivo, Luís Nassif.

Da Redação 13/03/2003 –  “O ano de 2003 deverá ser de arrumação da casa, antes de se retomar o crescimento da economia. De cara, o novo governo terá que enfrentar dois problemas prioritários: as contas externas e as pressões inflacionárias.

Nada indica que a inflação tenha voltado para valer. Mas, para abortar qualquer ameaça de retorno, as taxas de juros ainda permanecerão elevadas por algum tempo, o câmbio continuará valorizado, e o governo permanecerá tirando dinheiro da economia para fazer frente ao aumento da dívida interna.

Além disso, para que as exportações continuem crescendo, será necessário manter a economia interna desaquecida para impedir que as empresas decidam reduzir suas exportações para vender no mercado interno.

Na medida em que diminuam as pressões sobre os preços e as exportações mantenham o ritmo de incremento, poderá haver espaço para crescimento”.

Inflação

“Há sinais de que os índices de inflação poderão começar a ceder a partir de março. Isso porque, em fins de 2002, os preços aumentaram por conta da desvalorização do real, que encareceu os produtos importados. Mas a ponta do consumo permaneceu desaquecida. No início do ano, findas as compras natalinas, a tendência será o consumidor desaparecer, obrigando as empresas a reduzir os preços para manter as vendas”.

Exportações e câmbio

“Além disso, a cada dia que passa, mais empresas decidem entrar nas exportações, para se beneficiar da alta do câmbio. Esse movimento no segundo semestre de 2002 produziu uma reviravolta nas exportações. Setores que nunca pensaram em exportar começaram a se mexer. E os efeitos desse movimento serão notados ao longo de 2003.

Quando os dois movimentos estiverem sob controle (os preços e as exportações), o Brasil poderá começar a pensar em crescer em bases sustentadas, sem risco de dar meia volta mais adiante”.

Luís Nassif
Diretor Presidente da Agência Dinheiro Vivo