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Câmbio

OMC vê atritos comerciais no rastro do câmbio

Importantes negociadores da entidade veem "tempos perigosos" na área comercial, no rastro da guerra de moedas.

Importantes negociadores na Organização Mundial do Comercio (OMC) veem “tempos perigosos” na área comercial, no rastro da guerra de moedas, mas duvidam que esse problema acabe chegando proximamente à entidade.

Certos negociadores estimam que as autoridades dos Estados Unidos querem deixar o dólar cair mais, para se recuperar e também levar adiante o plano de aumentar as exportações em 15% por ano, até 2016.

Sobretudo, o alvo de surdas queixas em corredores tem sido a China, com suas intervenções estimadas em US$ 1 bilhão por dia no mercado de câmbio, comprando dólares para manter o yuan barato. Com isso, a moeda chinesa estaria subvalorizada em 20%.

Na prática, uma das nações líderes no comércio mundial está subsidiando todas suas exportações em pelo menos 20% e taxando as importações em pelo menos 20%, nos cálculos de Fred Bergsten, diretor do Peterson Institute for International Economics, de Washington.

O cenário desastroso dos anos 30 é destacado por certos negociadores, lembrando o impacto de desvalorizações competitivas, para salvar empregos em suas indústrias, empurrando problemas para os vizinhos e ampliando reações protecionistas.

Mas o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, tem reiterado não ver a existência de pré-condições para guerra comercial. Seu vice-diretor latino americano, Alejandro Jara, deu um passo à frente em Madri, afirmando que “se os países intervirem nas taxas de câmbio, criarão um problema comercial”.

Na prática, até agora o ambiente de guerra de moedas ou comercial não afetou o quotidiano da OMC. Os principais países continuam concentrados em discussões sobre como reativar a combalida Rodada Doha. Os EUA começam mesmo a usar os termos já sem crédito de “janela de oportunidade” para fechar acordo em 2011, sem porém indicar se aceitarão pagar um preço pela abertura comercial que exige dos parceiros.

Sobretudo, há dúvidas sobre se a entidade pode ajudar ou atrapalhar se acionada numa disputa cambial. Uma opinião que prevalece informalmente é que, se houver alguma denúncia, a OMC terá que ouvir a opinião do Fundo Monetário Internacional (FMI), que é a entidade que os países em geral reconhecem como tendo mandato na área cambial.

Existe ceticismo sobre onde os países poderiam fazer uma coordenação sobre câmbio. O G-7, envolvendo as maiores economias, é pequeno demais e já não tem credibilidade suficiente, como na época do acordo de Plaza. O G-20, por sua vez, é grande demais e inclui países que não estão envolvidos na questão e que na verdade poderiam ser “contaminados”.