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Economia

Operações da JBS com dólar e ações foram normais, diz estudo da Fipecafi

Operações com derivativos fazem parte da rotina operacional da empresa

Operações da JBS com dólar e ações foram normais, diz estudo da Fipecafi

Um estudo elaborado pela Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) aponta que a JBS não realizou qualquer operação anormal com derivativos cambiais ou recompra de ações no segundo trimestre de 2017.

Câmbio

Os pesquisadores da instituição compararam as movimentações com derivativos em dólar nesse período com as que foram realizadas nos dois anos anteriores. Segundo o relatório, os valores de maio de 2017 eram bastante inferiores aos praticados anteriormente.

“A exposição ao risco cambial da JBS era muito superior aos volumes de derivativos contratados; portanto, poderia inclusive ter sido verificado ganhos superiores aos realizados”, afirma o relatório.

A posição em dólares da JBS estava alinhada ainda com a percepção do mercado de que havia risco de depreciação do real no horizonte.

“Havia outros participantes de mercado que também divulgavam suas expectativas, baseadas em julgamento técnico, de que o real estava sobrevalorizado frente ao dólar”, apontam os pesquisadores. “Havia subsídios econômicos para a estratégia adotada pela companhia.”

Ações

O estudo da Fipecafi também concluiu que não houve qualquer anormalidade na política de recompra de ações pelas JBS no ano de 2017.

O relatório aponta que o montante recomprado em 2016 (79.555.300 ações ao custo de R$ 823.638.892,35) foi significativamente maior do que o realizado em 2017 (25.307.000 ações ao custo de R$ 255.938.224,48).

“As recompras no ano de 2017, assim como em 2016, decorreram de Planos de Recompra devidamente aprovados pelo Conselho de Administração e devidamente divulgados ao mercado. Não podemos afirmar que não existia fundamento econômico para as recompras efetuadas pela JBS no ano de 2017. Nossas análises indicaram que existiam indícios de que ação estava barata à época dos fatos.”

O trabalho indica que o preço-alvo (“valor justo”) médio para a ação da JBS, a partir de uma amostra de 11 relatórios de analistas de ações entre dezembro de 2016 e março de 2017, foi de R$ 17,22. Ao fim do pregão anterior à data da 1ª recompra, em 20 de abril de 2017 a ação estava cotada em R$ 10,01. Dois terços dos analistas recomendavam a compra da ação, e um terço recomendava a sua manutenção em carteira –não havia recomendação de venda.

Outro indicador de que a ação estava barata era a relação entre preço e valor patrimonial da empresa, que havia caído de 1,75 no primeiro semestre de 2016 para 1,13 ao final do primeiro trimestre de 2017.

“Não podemos afirmar que houve impacto das recompras no desempenho das ações. Isso porque não temos evidências empíricas de que o preço da ação da JBS se comportou de forma distinta nos dias em que foram efetuadas recompras pela empresa”, afirmam os responsáveis pela pesquisa.

Isenção

A Fipecafi é uma fundação criada na década de 1970 pelos professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. É reconhecida por sua competência e isenção nas áreas de contabilidade e finanças.

O estudo foi elaborado pelos professores Wellington Rocha, Alexandre Assaf Neto, Fernando Dal-Ri Murcia e Eduardo Flores e foi contratado pela JBS. A Fipecafi trabalha com completa autonomia, sob método, objetivos e diretrizes próprios, sem qualquer ingerência do contratante do estudo.