A ALL, operadora logística da América Latina, iniciou em julho uma operação do Terminal de Contêineres de Alto Taquari (MT), em parceria com a Standard Logística.
Com a capacidade para movimentação de contêineres frigorificados e cargar secas, como algodão e couro, pela primeira vez, a estrutura possibilita a movimentação ferroviária do Centro Oeste em direção ao maior porto do país, em Santos. Nos primeiros três meses, a expectativa é que o terminal atinja um volume total de 600 contêineres/mês, podendo chegar a 3 mil nos próximos anos.
“Em um ano, o terminal de Alto Taquari será o maior da ALL no segmento de contêineres. A movimentação é uma das que mais crescem no setor industrial, com aumento de 26% no ano passado e crescimento previsto de 150% em 2009”, afirma Sergio Nahuz, Diretor de Industrializados da companhia. Somente este novo terminal responderá por 40% do volume total de contêineres. Atualmente, a companhia opera contêineres para os portos de Paranaguá, São Francisco e Rio Grande. Com a nova estrutura, as cargas originadas no Centro-Oeste, serão armazenadas e receberão reforço de frio no terminal de Alto Taquari, de onde seguem para o Porto de Santos (SP).
Estrutura – Para suportar o crescimento de cargas conteinerizadas, a ALL reformará, até o final de agosto, mais 400 vagões plataforma. “Também estão em estudo terminais em Cruz Alta (RS), Telêmaco Borba (PR), Ponta Grossa (PR) e Araraquara (SP), que dobrarão os pontos de carregamento em relação ao ano passado”, completa Nahuz.
“Tradicionalmente, as ferrovias brasileiras tinham foco em commodities e minério. A ALL já vem, nos últimos anos, ampliando seu mix de produtos transportados pela ferrovia. Nesse cenário, o contêiner é uma das grandes fronteiras de crescimento para a companhia nos próximos anos. O volume que fazemos hoje é menos de 1% do mercado potencial de exportação de contêineres”, revela Nahuz.
Operação modelo – A movimentação de produtos frigorificados por ferrovia teve início em 2003, para o cliente Sadia, seguida por empresas como Frangosul, Seara, Perdigão, Big Frango e Jandelle. Desde então, a empresa cresceu mais de 20 vezes em volume de frigorificados, consolidando o sucesso desta operação.
A composição inicial dependia de um vagão gerador, conectado por meio de cabos elétricos aos contêineres, o que mantinha a carga refrigerada. Em 2006, a ALL aplicou uma nova solução que reduzia o consumo de diesel da operação. Hoje, cada um dos contêineres apresenta um cabo para se conectar a geradores distribuídos estrategicamente pela malha da ALL, o que dispensou a necessidade do vagão gerador e conseqüentemente reduziu o consumo de combustível.
Os contêineres recebem “reforço de frio” nos terminais e ainda contam com outros geradores em pontos de tráfego intenso, para prevenir eventualidades durante a operação.