Foi um ano difícil para a suinocultura brasileira. 2011 foi marcado principalmente pela alta dos preços das commodities agrícolas, o que elevou os custos de produção do suinocultor, prejudicando sua rentabilidade. Além disso, a Rússia fechou suas portas para a carne suína brasileira, agravando ainda mais a situação. No entanto, a abertura de novos mercados – como o chinês – e o crescimento do consumo interno aliviou levemente a situação do suinocultor, que espera por dias melhores em 2012.
Apesar das dificuldades, os produtores de cada unidade da Federação continuam a confiar no trabalho das associações de classe, que seguem na busca de soluções para melhorar a situação do suinocultor nacional a cada ano. E são os representantes das principais representações suinícolas brasileiras* que destacam, a seguir, os fatos mais marcantes da suinocultura de cada Estado em 2011. A realização de grandes eventos, o crescimento do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) e a abertura de novos mercados para a carne suína nacional estão entre os principais destaques. Confira!
Carlos Francisco Geesdorf, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS)
“Por parte da APS existiram dois fatos marcantes, a realização do Congresso Latino Americano de Suinocultura e Sustentabilidade Ambiental (Colassa) e o inicio do Cadastramento com Georreferenciamento das propriedades rurais do estado do Paraná, que esperamos ver em breve sendo feito em todo o Brasil.
No Estado, sem sombra de dúvidas, a criação da Adapar irá dar uma maior agilidade e consistência no controle sanitário do Paraná, propiciando um crescimento grande e firme da suinocultura, com a garantia de segurança tanto da produção como da consolidação de mercados, possibilitando uma maior agregação de valor a produção”.
Paulo Helder, presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce)
“O principal fato de 2011 foi a inclusão do nosso Estado, através da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce), ao Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em parceria com entidades como ABCS, Sebrae nacional e estadual, CNA, Faec e Senar Ceará”.
Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs)
“Em um ano de desgraça econômica, um fato marcante para a suinocultura do Rio Grande do Sul foi o apoio do governo estadual, que isentou o ICMS da carne suína comercializada internamente e o ICMS dos animais vivo vendido fora do Estado. A medida certamente ajudou o suinocultor, que teve menos perdas com este incentivo”.
José Puppin, presidente do Conselho Deliberativo da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases)
“Podemos destacar a realização da 1ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), realizada de 09 a 11 de junho em Marechal Floriano, na região serrana do estado. O evento foi promovido pela Associação de Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases) e contou com feira de negócios, palestras, seminários, mesa redonda, apresentações de novos produtos e tecnologias, minicursos, aulas-show de culinária e rodada de crédito.
Entendemos que a Favesu é marco para a suinocultura do Espírito Santo, pois consolida todo o trabalho realizado na cadeia produtiva e mostra a força da atividade. Um evento desta magnitude só traz benefícios para o produtor porque pudemos discutir nossas dificuldades, pleitear melhorias para o setor, buscar atualização técnica e novas opções de produtos e serviços, alem de mostrar a qualidade do que produzimos.
Paralelamente, as ações do PNDS vêem fortalecendo o nosso setor, desde o produtor até as redes que distribuem a carne suína. Vemos o produtor entusiasmado, mesmo precisando estar atendo com todos os aspectos que podem se tornar gargalos para sua atividade. Hoje, já vemos os efeitos do projeto e a tendência que novas ações continuem surgindo para que possamos fortalecer cada vez mais a suinocultura capixaba”.
Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)
“Eu vejo alguns momentos marcantes, como a abertura do mercado da China e, depois de cinco anos, a África do Sul reabre novamente. Com relação às atividades,as audiências públicas na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara dos deputados em Brasília (DF) com uma forte participação de produtores de todo o Estado foi de extrema importância para o desenvolvimento do setor. A mobilização quanto a aprovação do Código Florestal em Brasília e o lançamento do Projeto Estadual de Desenvolvimento da Suinocultura (Peds) também se destacaram”.
Julio Carneiro, presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS)
“Certamente o que a AGS destaca como principal acontecimento de 2011 as ações do PNDS em nosso Estado. Através de nossa secretaria executiva, Crenilda Francisca das Neves, em parceria com a ABCS e o Sebrae, fizemos um trabalho de treinamento para manuseio da carne suína, fizemos ações de incentivo ao consumo e enfim, conseguimos um considerável aumento no consumo de carne suína em Goiás devido a estas ações”.
Marcelo Plácido Corrêa, presidente da Associação Baiana de Suinocultura (ABS)
“Acredito que a realização do Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS) no Nordeste foi um fato fundamental. Para nós foi importante que este evento, que esta reunião de todos os elos da cadeia produtiva, fosse realizada em Salvador (BA). É um estímulo muito grande para que as autoridades e governantes da região enxerguem a suinocultura como uma excelente alternativa de fixação do homem do campo, de geração de emprego, de aumento de receita. Foi fundamental a realização do SNDS na Bahia”.
Paulo Cezar Lucion, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat)
“As atividades que a Acrismat tem feito para o crescimento da cadeia suinícola realizadas durante o ano, através do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) puderam fortalecer um pouco o setor diante dos resultados negativos de 2011. Destaco que a Conab precisa abrir a compra de milho para o produtor para melhorarmos a relação de custo de produção e preço do suíno”.
Arão Antonio Moraes, presidente da Associação Sul-Matogrossense de Suinocultores (Asumas)
“Olha, nós não tivemos fatos marcantes. Só tivemos fatos negativos. Foram 11 meses de prejuízos e só no final do ano de 2011 a situação melhorou. Então não temos fato positivo algum”.
Valdomiro Ferreira Junior, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS)
“A criação do Consórcio Suíno Paulista em 2011 certamente é o fato mais marcante para a APCS neste ano. Este consórcio vem fortalecer o associativismo no Estado de São Paulo e é uma das ferramentas hoje de sobrevivência do segmento diante da suinocultura independente. A realização do consórcio vai trazer mais força para o setor e nós acreditamos que novos suinocultores poderão adentrar a ele em 2012. Atualmente são 15 suinocultores, com 38 mil matrizes e em 2012 queremos atingir 40 produtores e 65 mil matrizes”.
Jose Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg)
“A realização do I Suiminas no mês de novembro marcou o setor em 2011. O evento reuniu grandes nomes, como o do ex-ministro Pratini de Moraes. A Asemg conseguiu mobilizar os suinocultores independentes associados a participar do evento e adquirir maior conhecimento técnico para a atividade”.
Alexandre Cenci, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin)
“A descentralização da Rússia como principal importador e maior articulação conjunta das instituições que representam o setor”.
A análise completa do mercado de suínos feita por grandes personalidades do setor – entre elas os presidentes das principais entidades representativas nacionais e estaduais – estão no Anuário Digital da Suinocultura Industrial. Para acessar, clique aqui.
* Suinocultura Industrial entrou em contato com todas as associações. As respostas estão em ordem de recebimento do material. As entidades que não enviaram material até a publicação desta notícia não foram incluídas.