A União Brasileira de Avicultura (UBA) apresentou ao Ministério da Agricultura um programa com o objetivo de abrir novos mercados para os ovos de galinha produzidos no país. A principal proposta é criar condições para o governo poder negociar com a União Européia (UE) a exportação de ovos do Brasil para aquele bloco. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade nacional, Ariel Antônio Mendes.
É condição indispensável para entrar no mercado da UE a criação do Plano Nacional de Controle de Resíduos de Contaminantes (PNCRC), providência que já está sendo adotada, segundo o conferencista. Para dar suporte à nova investida da avicultura brasileira, a UBA trabalha atualmente na criação do Projeto Apex para Ovos, que possibilitará à atividade a obtenção de recursos da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento (Apex).
De acordo com Mendes, existe a expectativa de um orçamento da ordem de R$ 2 milhões destinado à promoção das exportações de ovos em 2010. Segundo o dirigente, que também preside a Associação Latino-Americana de Avicultura (ALA), além da criação do Plano Nacional de Controle de Resíduos, o programa de exportação de ovos para a UE terá de atender a normas como as exigidas para a habilitação à exportação de carne bovina, entre elas a implantação de um programa de rastreabilidade.
O diretor administrativo do Aviário Santo Antônio (ASA), de Nepomuceno, no Sul de Minas, disse que as exportações de ovos para consumo alcançaram US$ 46,5 milhões, em 2008, segundo levantamento do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Minas Gerais respondeu por 62% dessa receita, com um movimento de US$ 28,4 milhões referente a vendas internacionais de ovos de galinha em casca refrigerados para consumo. Também de acordo com o MDIC, o Estado teve uma receita de US$ 1,2 milhão com a comercialização de ovos de incubação no exterior.
O empresário acrescentou que os números das exportações brasileiras de ovos respondem por menos de 0,5% das vendas do produto no mundo inteiro. “Isso dá uma dimensão do mercado que podemos explorar”, explicou. Segundo o empresário, o país ainda tem grande dependência em relação aos mercados do Oriente Médio, que adquire cerca de 90% dos embarques de ovos do Brasil, sendo os Emirados Árabes o maior comprador, possibilitando uma receita de US$ 8,3 milhões. Em seguida estão os mercados de Angola, Omã e Kathar. “Precisamos avançar para a Europa por uma questão de sobrevivência, pois aquele mercado é a maior referência para a comercialização de alimentos”, enfatizou.
Assumpção explicou ainda que Minas Gerais começou a se destacar nas exportações de ovos depois que a Índia teve problemas com a influenza aviaria (gripe do frango), em 2007, e sua produção passou a ser rejeitada pelo Oriente Médio. “Esse mercado está aberto novamente para os indianos, o que nos força a buscar compradores na Europa”, prosseguiu. “O Brasil tem padrão de qualidade para isso, mas não podemos apostar tudo nas exportações, que representam cerca de 2,5% da produção nacional de ovos”, ponderou. Atualmente, a produção brasileira é da ordem de 63,4 milhões de caixas de 30 dúzias, segundo a Avimig.
De acordo com o dirigente do ASA, um dos fatores que recomendam atenção é a oscilação dos preços do ovo no mercado, sentida agora principalmente por causa da crise econômica. Uma análise dos negócios nos primeiros cinco meses deste ano mostra que apenas em janeiro houve ganho no valor do produto no exterior, na comparação com o mesmo período do ano passado. O acumulado de janeiro a maio registrou o valor de U$ 19,2 milhões, enquanto o mesmo período de 2009 teve movimento de US$ 21,3 milhões, ou queda de 10%. “Precisamos aumentar os investimentos para ampliar o consumo de ovos no mercado interno”, finalizou.
* Com informações da Assessoria de Imprensa da Avimig